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Celeiro sindical, região perde representatividade em executivas da CUT

Grande ABC hoje não tem o mesmo papel de protagonista nos quadros da entidade

Por Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/09/2015 | 07:00
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Renato S. Cerqueira/Estadão Conteúdo:


Celeiro de lideranças do movimento sindical, o Grande ABC perdeu representatividade nas atuais executivas da CUT (Central Única dos Trabalhadores), tanto no âmbito paulista, com a recente eleição de Douglas Izzo – da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado) da Capital – à presidência, quanto na nacional, tendo Vagner Freitas (Bancários de São Paulo) no comando. A queda de espaço é numérica e o cenário representa essa fase de menor peso da região na entidade, que nasceu em congresso realizado em São Bernardo, em 1983.

A CUT nacional, por exemplo, teve apenas seis presidentes – sendo metade deles com trajetória no Grande ABC – nesses 32 anos. No evento de fundação, foi eleita a direção, culminando com a nomeação de Jair Meneguelli (PT), então ligado ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema. Ficou quase 11 anos no posto. Foi sucedido pelo deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), também filiado ao segmento, que liderou de 1994 a 2000. Da mesma atuação, o atual prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), presidiu de 2003 a 2005.

Na composição atual da CUT nacional, de 38 postos, a região contém apenas dois espaços: Sérgio Nobre (Metalúrgicos do ABC), como secretário-geral, e Jandyra Uehara Alves (Servidores municipais - Diadema), de diretora executiva. Essa quantidade, na concepção de antigos dirigentes, indica redução de força. A entidade representa mais de 20 milhões de filiados. Na esfera estadual, por sua vez, o metalúrgico João Cayres ocupa a secretaria-geral – entre os cargos de destaque – na comissão até 2019.

No histórico da CUT paulista, de oito nomes até agora na coordenação, desde 1984, três tiveram carreira vinculada às sete cidades. Alguns quadros em períodos concomitantes a de seus ‘conterrâneos’ na direção da nacional. Integram a lista os metalúrgicos José Lopez Feijoó (1991 a 2000) e Adi dos Santos (2009 a 2015), além do químico Edílson de Paula (PT, 2003 a 2009), hoje secretário de Governo de Mauá.

Edílson ponderou que “não é fácil” formar a composição para contemplar todas as vertentes e localizações, mas admitiu que “é ruim” não haver hoje grande representação da região na CUT. “Até pela história iniciada aqui, embora acho que deve ter havido entendimento para abrir a outros lugares. De qualquer forma registro tristeza”, disse, considerando que algumas figuras do sindicalismo regional “estão cumprindo novas tarefas”, elencando Marinho e Carlos Grana (PT, prefeito de Santo André).

Vicentinho minimizou a condição ao citar Nobre em cargo de importância e falar que “existem alguns nomes”. Defendeu o colega como possível substituto de Freitas na próxima disputa. Segundo o deputado, há entendimento por “rodízio” para partilhar as responsabilidades. “Sempre teve essa troca nos postos de direção, pois tem gente de todos os lugares.”

Izzo refutou baixa da região. Disse que “não estar na executiva” não significa perda de espaço. “Representação se dá de forma direta na capacidade de mobilização. E o Grande ABC continua mostrando isso, construindo movimento. Se mantém importante. É falsa polêmica.” 




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