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Cressoni entrega áudio de Gaino ao MP
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
22/02/2008 | 07:00
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O empresário Antônio José Cressoni entregou ao MP (Ministério Público) duas gravações de conversas com o ex-diretor de Obras da Prefeitura de São Caetano José Gaino, em que debatem sobre as dívidas da administração com o empreiteiro.

Cressoni denunciou um suposto esquema de fraudes em licitações públicas de obras realizadas pela Prefeitura no período de 1997 a 2004 (gestões do ex-prefeito Luiz Tortorello). O empresário também apontou a existência de um Fundo de Reserva, que seria formado pelo repasse de até 25% do valor pago pelas obras aos envolvidos nas fraudes das concorrências. Dentre eles, assinalou o então diretor de Obras José Gaino como o “gerente” da ação.

Os diálogos, os quais o Diário teve acesso, foram gravados em 5 de julho e 5 de agosto de 2004. Apresentam negociações entre Cressoni e Gaino (leia arte ao lado). O empresário diz estar endividado, pois não havia recebido por algumas obras que realizou. Gaino orienta Cressoni a falar com Antônio de Pádua Tortorello, à época assessor especial de gabinete.

Conversam sobre valores e como parte da dívida da Prefeitura com o empreiteiro pode ser quitada. Gaino aventa a hipótese de lançar novas cartas-convite para as empresas de Cressoni entrarem nas concorrências e vencer por meio do suposto esquema e, assim, gradativamente, pagar os valores atrasados.

Durante as conversas há ainda um relato de uma reforma no Estádio Anacleto Campanella, supostamente sem a abertura prévia de licitação.

José Luiz Toloza Oliveira Costa, advogado de José Gaino, não negou a existência das conversas, porém ressaltou que os diálogos não foram “nos termos apresentados pelo empresário”. Costa destacou ainda que a intenção de Cressoni com as gravações foi de levar “vantagem política”, já que os áudios foram feitos em período eleitoral.

Daniel Marcos Pastorin, advogado de Cressoni, enfatizou que as gravações foram efetuadas como “garantia da existência das dívidas e do Fundo de Reserva”.

O ex-assessor da Prefeitura Antônio de Pádua Tortorello observou que o empreiteiro “ficou com o prejuízo” porque apresentava um valor abaixo do mercado nas licitações. “Aconselhei-o a entrar com requerimento na Prefeitura para rever os valores. Isso só foi concretizado no início de 2005, quando deixei a administração”, argumentou Pádua.

Sobre o episódio da reforma do Estádio, que teria sido ordenada sem licitação prévia, o ex-assessor também negou o ocorrido. “Não me lembro dessa situação. Mas nunca houve qualquer obra no local sem processo apropriado”, finalizou.




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