Setecidades Titulo Educação
Mães pedem vaga
em escola especial

Ao menos 25 crianças com diversos tipos de deficiência
aguardam o convênio com a Prefeitura de Ribeirão Pires

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
26/05/2012 | 07:00
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As mães de 25 crianças com diversos tipos de deficiência aguardam há dois anos assinatura de convênio entre a Prefeitura de Ribeirão Pires e a Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência) para que seus filhos possam estudar. Até 2010, os cerca de 700 alunos das duas unidades da escola especial eram bancados por convênio com a rede estadual de ensino. Com a mudança na legislação, que transfere a responsabilidade pela Educação Infantil aos municípios, as crianças menores de 6 anos ficaram sem vaga na instituição.

Atualmente, nove são mantidas por meio de vagas emergenciais bancadas com doações, conforme explicou a diretora da Apraespi, Luiza Nunes. "Além da educação formal, oferecemos o tratamento necessário para o desenvolvimento da criança, desde fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, entre outros. As salas de aula têm no máximo oito alunos, acompanhados por dois professores. É um ensino diferenciado e especializado, como tem de ser para essas crianças."

Apesar de haver programa de inclusão para alunos portadores de deficiência na rede municipal, muitas mães acreditam que seus filhos não podem estudar em escolas regulares. É o caso da dona de casa Josiane Silva Meira, 28 anos, mãe de Victor Silva Meira, 1 ano e 10 meses, que tem síndrome de Down. "Ele não anda e não fala. Se fosse para creche normal, ficaria largado em canto, sem receber atenção. E a escola especial particular, infelizmente, não posso pagar."

Josiane também acredita que as terapias oferecidas pela Apraespi podem ajudar no desenvolvimento de seu filho. "Hoje ele só faz fisioterapia, mas se conseguir a vaga, vai ter tratamento completo. E quero dar um futuro o mais normal possível para ele."

AUTISMO

Para a professora Silvana Donizete de Souza, 40, o melhor lugar para a filha Lorena Pimenta de Souza, 2 anos e 10 meses, estudar é na Apraespi. "A escola é modelo no tratamento de autistas. Minha filha não teve ainda o diagnóstico 100% fechado, mas os médicos disseram que ela tem traços da síndrome."

Lorena é atendida desde o início do ano por uma das nove vagas emergenciais. "Ela estudava antes em creche particular e as professoras falavam que ela não tinha equílibrio, caía muito. Ela só andava se fosse de mão dada com a gente, tinha medo. Desde que ela entrou aqui, senti que ganhou confiança para caminhar e até correr. A mudança foi visível."

Como professora substituta na rede municipal, Silvana garante que a filha não receberia atenção especializada na rede. "Há inclusão, sim, mas os professores não são treinados para lidar com o aluno deficiente. Eu mesma já fiz esse trabalho com autistas, por exemplo, e não recebi orientação, não sabia direito como agir."

A Prefeitura foi procurada para esclarecer se e quando o convênio será formalizado, mas não se manifestou.




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