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Sem pagar atletas, Azulão pode ter dívidas agravadas pela Justiça

S.Caetano tem até 40 processos trabalhistas, que devem aumentar rombo financeiro

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
01/12/2020 | 00:01
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DGABC


A já complicada situação financeira do São Caetano pode se agravar ainda mais em razão das ações trabalhistas que vem sofrendo. Isso porque, segundo informações, desde o fim do ano passado são entre 30 e 40 processos contra o Azulão, número que possivelmente aumentará agora que terminou o Brasileiro da Série D (sábado encerrou o torneio com derrota por 6 a 0 para o Caxias-RS), o qual aqueles que aceitaram permanecer no elenco seguem sem receber (em alguns casos, há oito meses).

Do total, aproximadamente dez das ações foram por intermédio do Sapesp (Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo). Os demais utilizaram advogados particulares. Dessa maneira, a dívida do São Caetano, que já está na casa dos R$ 50 milhões, pode crescer.

“Pode aumentar em R$ 4 milhões ou R$ 5 milhões a dívida com esses processos trabalhistas”, explicou o advogado do Sapesp, Guilherme Martorelli, que orienta os jogadores que ainda não tiveram essa iniciativa, que busquem pelo auxílio do sindicato. “Qualquer atleta que ainda esteja com problema, nos procure que vamos tomar todas as atitudes cabíveis. Quem precisar de passagem para retornar à cidade, por exemplo, estamos à disposição para ajudar e ver o que podemos fazer para auxiliar.”

O clube poderia ter perdido os pontos conquistados na Série D. Isso porque o artigo 24 do regulamento do torneio, por exemplo, determina que “o clube que, por período igual ou superior a 30 dias, estiver em atraso com o pagamento de remuneração, devida única e exclusivamente durante o campeonato, ficará sujeito à perda de três pontos por partida a ser disputada, depois de reconhecida a mora e o inadimplemento por decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).”

Para isso, entretanto, algum jogador teria de ter acionado o STJD com a denúncia de atraso salarial, o que não ocorreu. Segundo Guilherme Martorelli, o sindicato poderia ter ingressado com a ação em caso de reclamação coletiva. “A gente fica no aguardo de posição dos atletas. Mas a própria procuradoria do STJD pode fazer essa denúncia”, afirmou. O Sapesp, entretanto, pretende denunciar o São Caetano junto ao Ministério Público do Trabalho e à Secretaria do Trabalho. 




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