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Trajetória de descoberta

Comédia 'Gangue' discute a busca da individualidade; a peça
estreia na quinta-feira, no Espaço Parlapatões, em São Paulo

Por Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
14/05/2012 | 07:06
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A adolescência, fase das descobertas e diferenças, ganha um mergulho reflexivo com a estreia de 'Gangue', texto de Pedro Guilherme e dirigido por Mauro Baptista Vedia. O espetáculo estreia na quinta-feira, às 21h, no Espaço Parlapatões, em São Paulo.

A peça conta a história de Afonso, que, durante viagem pelo País, começa a recordar os tempos do ginásio. Seu amor por Maria Alice e a relação com os amigos de classe voltam à mente do protagonista, que, na revisão de sua história, confronta passado e presente em busca de um caminho para o futuro.

"O protagonista narra a história a partir de sua vivência com os outros e vai se descobrindo ao mesmo tempo em que vai reafirmando coisas que já existiam e percebendo novas perspectivas", conta Pedro Guilherme, que além de ter escrito a obra, atua na montagem.

O desenvolvimento da história se concentra na fase adolescente porque o período é o início da autoafirmação. "É um momento em que a gente define a personalidade e o caráter, em que cada um se reconhece e reconhece melhor o mundo", diz o autor, que, ao trazer o desafio da revisão das memórias, se pergunta: "Na verdade, quem são aqueles indivíduos que formam o coletivo?"

Sexualidade, drogas, relacionamentos e bullying são vitrine para discutir a essência que há em cada um. "A peça, mais do que tudo, é sobre as diferenças e as maneiras de lidar com isso", explica.

Encerrado em espaço onde prosperam a violência e o preconceito, um grupo de alunos pensa em um meio de coexistir com o outro e cria uma forma de expressão: a palavro-dança. As boas relações vingam em meio às disputas da nova modalidade, mas um crime finda a vida de Maria Alice e Afonso decide buscar as razões para o assassinato.

"Não existe necessariamente resolução. Existe a busca da afirmação do que se quer ao longo da vida."

A arte na qual os alunos procuram melhorar sua condição é uma busca semelhante à dos artistas em cena. "É a utopia que vive o teatro e a arte. De querer mudar o rumo a partir da poesia. É legal que ainda exista gente que não seja conformada com isso", pensa Pedro Guilherme.

PARTITURA DIFERENCIAL

Inspiradas em quadrinhos, música e cinema, a história e a estética do espetáculo traduzem as diferenças também no corpo dos atores. "Cada personagem tem meio de se locomover, de agir, isso é bem claro. Alguns têm movimento mais violento e desenhado, outros não têm estética nenhuma e há até movimentação baseada no tango", comenta o autor.

Gangue - Teatro. A partir de quinta-feira. No Espaço Parlapatões - Praça Franklin Roosevelt, 158, São Paulo. Tel.: 3258-4449. 5ª e 6ª, às 21h. Ingr.: R$ 30. Até 29 de junho.




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