O diretor financeiro do Semasa, Nelson de Freitas, assegurou ter certeza da voz do assessor de Gabinete do prefeito Aidan Ravin (PTB), Antônio Feijó, na ligação telefônica que o determinou a liberar a atuação do advogado Calixto Antônio Júnior no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Calixto é acusado de ser integrante do suposto esquema de propina para a concessão de licenças ambientais.

À CPI, Freitas afirmou que teve bastante contato no processo eleitoral de 2010 com Feijó, que é presidente do DEM de Santo André - primeiro partido a declarar apoio à reeleição de Aidan. Segundo o diretor, o elo com o assessor nunca foi estreito, porém a relação era constante na ocasião. "Estive muitas vezes com ele entregando santinhos. Conheço a sua voz, não tive nenhuma dúvida. A mesma certeza que tinha da voz do (prefeito) Aidan (Ravin), quando ele me ligava para falar de pagamentos a fornecedores."

Freitas alegou que, ao elaborar o documento em que oficializa a atuação de Calixto no Semana, comunicou o superintendente Ângelo Pavin e o adjunto Dovilio Ferrari Filho. Ele disse que se blindou porque as ordens expressas do prefeito feriam a rotina de pagamentos, o que poderia resultar em problema junto ao TCE (Tribunal de Contas do Estado).

O documento é parte integrante do processo interno de contenção de gastos do Semasa. Nele, Freitas afirma que recebeu ligação de Feijó, a pedido de Aidan, determinando que Calixto coordenaria os pagamentos a fornecedores a partir de 8 de novembro. O que envolveria Aidan diretamente no caso.

O prefeito reconheceu o documento, mas disse que as informações nele contidas eram falsas. O que, agora, é rebatido pelo diretor, que recebeu a ligação e assinou a procuração. Feijó afirmou que não fez a ligação. Ele será ouvido na polícia e na CPI semana que vem.