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Homem é condenado por morte de líder sindicalista

Comerciante ficará 15 anos preso por crime ocorrido em 2008

Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
04/05/2012 | 07:00
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O comerciante Marcelo Ribeiro Lustosa Nascimento, 32 anos, foi condenado ontem a 15 anos de prisão pela morte do sindicalista Josivan Bezerra de Carvalho, 38, tesoureiro do Simoc (Sindicato dos Motoristas Cegonheiros), com sede em São Bernardo. O crime ocorreu em novembro de 2008 e o assassino, preso só em 2010, foi reconhecido pelo enteado da vítima, de 9 anos.

Diversos líderes do sindicato acompanharam o júri, que ocorreu em São Bernardo. Após o juiz proferir a sentença, houve aplausos e comemorações. "Só faltou ele entregar quem foi o mandante. Mas a justiça de Deus não falha e um dia ele vai pagar", disse Adalberto de Souza Pinto, presidente do Simoc.

Carvalho foi baleado à queima-roupa na porta de casa, no Jardim Pinheiro, com cinco tiros. O crime teria como motivos as brigas entre os sindicatos dos empregados e o patronal, devido às greves da categoria naquele ano. Todos os líderes revelaram ter sofrido ameaças de morte. Com medo, a família de Carvalho se mudou para Recife (PE).

Durante a oitiva das testemunhas, antigos companheiros apontaram Nilton Rodrigues de Oliveira, ligado ao sindicato patronal, como autor das ameaças. Alguns meses antes do crime, ele fazia uma entrega em Praia Grande, no Litoral, quando sua carreta foi apedrejada. Sua mulher, que estava na cabine, não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele reconheceu e move inquérito contra alguns integrantes do Simoc. Houve conflitos constantes entre as partes e ele chegou a ser indiciado pela morte de Carvalho.

Uma denúncia anônima levou a Polícia Civil ao nome de Nascimento. Com passagens por receptação e roubo à mão armada, ele se mudou para Barueri, na Grande São Paulo, após o crime, virou evangélico e abriu uma loja de games e acessórios eletrônicos. Antes, atuaria como vigilante no Parque São Bernardo.

Durante sua oitiva, confundiu datas e locais. Nenhuma das testemunhas, no entanto, conseguiu estabelecer o elo entre o comerciante e as brigas sindicais. O inquérito foi baseado nos dois reconhecimentos feitos pela criança, por foto e pessoalmente no DP. Ele alega que era perseguido por policiais por ameaçar denunciar esquema de vídeobingo.

"Não posso aceitar que em quatro anos a polícia só encontrou ele, mas não quem o teria contratado. Ficou tudo na dependência de um reconhecimento", protestou o advogado de Nascimento, Rafael Herbert da Silva Sanchez, que vai recorrer da pena. "Vou estudar a melhor forma nos próximos dias, mas é claro que temos a intenção de recorrer."




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