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Moptop mais contido
Por Julio Ibelli
Do Diário do Grande ABC
18/09/2008 | 07:11
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O grupo de pop rock Moptop sai ileso da ‘prova do segundo disco da carreira'. Como se Comportar sai pela Universal e tem produção correta do internacional Paul Ralphes.

Se por um lado os quatro garotos do Rio, capitaneados por Gabriel Marques, decidiram não ser ousados, o resultado lógico dessa escolha soa como um desfile técnico de escola de samba: feito para ganhar Carnaval.

O preço é a ausência do impacto da estréia acima da média, como foi com Moonrock (2005), quando ainda eram independentes, ou seja, sem uma gravadora para bancar o trabalho.

No começo da audição de Como se Comportar surgem algum dos nomes a que os cariocas do Moptop são comparados. Na faixa de abertura, Aonde quer Chegar - tirando os poucos rompantes roqueiros, de guitarras calminhas - a levada harmônica poderia ser muito bem comparada a dos conterrâneos Los Hermanos, só que um pouco mais pop (a similaridade se torna gritante em História pra Contar, com o tom de Gabriel soando quase idêntico ao de Marcelo Camelo).

O vocalista do Moptop no primeiro trabalho cantava de maneira gritada e mais espontânea. Neste novo trabalho aparece mais melódico e contido.

À sombra dos norte-americanos Strokes segue o Moptop na seqüência, em Contramão, que perde um pouco do ritmo até o fim dos quase quatro minutos de duração. A letra faz coro ao tema que permeia o álbum, com passeios por situações de desilusão amorosa.

E já que é moderno e tão em voga soar retrô e utilizar referências do passado, o Moptop segue a cartilha em pelo menos duas ocasiões, Desapego e Beijo de Filme, em que se ouvem ecos do que foi a explosão do rock brasileiro nos anos 1980 (até o nome da segunda música tem cara de ‘BRock', como foi chamado o movimento).

As demais faixas seguem uma constante, ora destoando para a rapidez (com Eu Avisei), ora desacelerando o ritmo (Bom Par). Já 2046 é uma grata surpresa quase no fim do disco, renovando um pouco do vigor perdido (ou seria esquecido?) do Moptop.

Como se Comportar termina em Bonanza com uma pitada de atitude mais visceral. O consolo é que as apresentações do Moptop, sempre muito animadas, satisfaçam a carência dos fãs mais antigos.




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