Política Titulo São Caetano
Justiça Eleitoral multa doadora de Auricchio

Ana Maria Comparini, de Jundiaí, terá de pagar R$ 382 mil por ultrapassar teto de contribuição

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
14/05/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) condenou, no mês passado, Ana Maria Comparini Silva, de Jundiaí, a pagar multa no valor de R$ 381,9 mil por ultrapassar o teto legal de doação eleitoral. Ela foi a segunda maior colaboradora financeira da campanha do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB). As contribuições são investigadas por suspeitas de irregularidades.

Ana Maria Comparini doou, no último pleito municipal, R$ 395.563,33 para quatro políticos, sendo três de São Caetano – a maior fatia para Auricchio – e um da Capital. Nos projetos eleitorais do município da região, ela depositou R$ 293 mil na campanha do hoje prefeito; R$ 57 mil na do candidato a vereador Irineu Vencigueri; e R$ 39,5 mil no projeto de Roberto Barbato (todos do PSDB), que também tentou cadeira no Legislativo. A colaboração na Capital foi destinada para a campanha do atual vereador paulistano Camilo Cristófaro (PSB), de R$ 6.000.

Após investigar a renda de Ana Maria, porém, a Justiça Eleitoral – chegou a autorizar a quebra do sigilo fiscal da doadora – descobriu que o ganho bruto dela em 2015 foi de R$ 136,4 mil. A legislação eleitoral estabeleceu para a última eleição municipal que as doações eleitorais advindas de pessoas físicas não poderiam ultrapassar o limite de 10% dos rendimentos brutos no ano anterior ao do pleito. Ou seja, Ana Maria poderia depositar, no máximo, R$ 13,6 mil. Ela foi condenada pela Justiça Eleitoral a pagar a diferença desses valores. A decisão também enquadra Ana Maria na situação de inelegível pelo período de oito anos.

Este não é o único processo em que as doações a Auricchio, feitas em 2016, estão sendo investigadas. A Justiça Eleitoral ainda analisa especificamente a legalidade das contribuições à coligação A Mudança que Você Conhece, encabeçada pelo atual prefeito e o vice Beto Vidoski (PSDB).

Neste processo, o TRE-SP também autorizou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Maria Alzira Garcia Correa Abrantes, maior e principal doadora da campanha tucana em São Caetano. Do R$ 1,5 milhão arrecadado pela campanha de Auricchio, R$ 350 mil foram depositados, em três parcelas, por Maria Alzira – cerca de 22% do total da receita. A investigação foi provocada ainda em 2016 pelo MDB, partido do então prefeito Paulo Pinheiro (hoje no DEM), derrotado por Auricchio no pleito. A sigla desistiu da ação, mas o MPE (Ministério Público Eleitoral) assumiu a autoria do processo.

O Palácio da Cerâmica não se manifestou sobre o assunto. Questionado naquela época, Auricchio negou irregularidades e isentou-se de responsabilidades. “Não conheço (Ana Maria Comparini). (A doação) É de responsabilidade do contador da campanha. As contas estão dentro do rigor da lei e foram aprovadas. Estou absolutamente tranquilo”, alegou o tucano, na ocasião. 




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