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Reajustes salariais ficam mais fracos
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
18/03/2008 | 07:01
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As negociações coletivas realizadas em 2007 bateram a marca histórica da pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), desde 1996, de 87,7% dos acordos e convenções terem alcançado aumento real. Contudo, houve queda no total que conquistou pelos menos a correção da inflação em comparação ao ano anterior e o ganho efetivo também ficou menor.

Enquanto no ano passado as negociações que conseguiram zerar a inflação e obter aumento real foram de 96%, em 2006 esse índice foi de 97%.

Já em relação as faixas de ganho real, os aumentos do último ano ficaram concentrados nas de até 2% de reajuste acima da inflação. Os acréscimos salariais além desse percentual foram conquistados por apenas 20,9% das negociações, bem abaixo dos 36,6% obtidos em 2006.

Segundo Francisco Oliveira, coordenador de pesquisas do Dieese, a inflação considerada para o período ficou entre 4% e 4,5%. Ele também explica que a elevação da inflação no segundo semestre do ano passado também dificultou a conquista do ganho real para algumas categorias.

Os dirigentes sindicais presentes também justificam a menor taxa de ganhos reais acima de 2% com os reajustes atrelados a outras formas de remuneração e benefícios, como PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), abonos e avanços sociais. No entanto, estes não são incorporados nos salários.

Na divisão por setores, a indústria foi a que obteve melhor resultado de ganho acima da inflação, com 94% dos acordos. Já o comércio ficou com 85% e o setor de serviços obteve 81,1%.

Para este ano, o supervisor do escritório regional do Dieese em São Paulo, José Silvestre Prado de Oliveira, acredita que os resultados devem ser próximos ao de 2007. “O ambiente econômico deve permanecer semelhante, pois a meta de inflação está por volta dos 4%”, comenta.

O supervisor também alertou os sindicatos que grande parte dos reajustes salariais conquistados não tem relação com o crescimento econômico do País, ou seja, com o PIB (Produto Interno Bruto). “É preciso colocar na mesa não só a inflação, mas também o resultado do PIB, pois é resultado de ganhos de produtividades. Isso não é incorporado nos salários”, diz.




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