Política Titulo São Bernardo
Marinho usará verba municipal para concluir Museu de Lula

Prefeito de S.Bernardo aportará R$ 2,8 mi em dinheiro da cidade para terminar obra que deveria ter sido entregue em 2013

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/05/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), vai usar mais recursos do Tesouro municipal para concluir o Museu do Trabalho e do Trabalhador, projeto idealizado por ele para homenagear seu padrinho político, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo Marinho pediu, e o Ministério da Cultura aprovou, que R$ 2,8 milhões dos cofres municipais sejam empenhados para a obra que deveria ter sido entregue em 2013, mas está abandonada há 18 meses.

Com a autorização do governo federal, o Museu do Trabalho e do Trabalhador, que inicialmente custaria R$ 18 milhões, vai demandar R$ 21,68 milhões de dinheiro público. Somente a Prefeitura vai destinar R$ 7 milhões, ou seja, 32,49% de todo aporte para erguer a estrutura – a média de gastos municipais em obras conveniadas com a gestão federal é de 10%.

Marinho solicitou aumento de R$ 4,5 milhões na transferência federal para concluir o Museu do Trabalho e do Trabalhador, instalado no antigo mercado municipal, na região central da cidade. Inicialmente, o Paço se comprometeu a aportar R$ 900 mil de recursos próprios diante de R$ 3,5 milhões em verba federal. Porém, o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) não viu necessidade em acrescentar a quantia para para o empreendimento, principalmente depois de apontar falhas no projeto básico que não foram consertadas a tempo.

No fim de abril, durante audiência de apresentação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), Marinho e a primeira-dama Nilza de Oliveira (PT), que comanda a Secretaria de Planejamento e Orçamento Participativo, asseguraram que o museu será entregue até o fim do ano. Marinho e Nilza não relataram, porém, se os R$ 2,8 milhões serão suficientes para o término do prédio.

Com estrutura de 5.000 metros quadrados, o Museu do Trabalho e do Trabalhador é tocado pela Construções e Incorporações CEI, empreiteira investigada pelo Ministério Público Federal por uso de laranja no quadro societário – denúncia partiu do Diário, em 2013. Segundo último balanço do governo, 75% da obra estão concluídas.

A Prefeitura de São Bernardo não respondeu aos questionamentos do Diário sobre remanejamento e necessidade de readequação estrutural. Em julho, ao jornal Folha de S.Paulo, o secretário de Cultura, Osvaldo de Oliveira Neto, disse que houve alteração no plano de trabalho, com melhoria no “prédio, em instalações hidráulicas e elétricas, esquadrias em geral.”

O prédio continua abandonado, com pichações, mato alto e lixo ao redor. A única intervenção feita foi colocar um tapume de madeira no poço do elevador, que tinha se transformado em foco do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. Até o ano passado havia um segurança contratado pela CEI para cuidar do local, porém, sem recursos, nem mesmo o funcionário foi mais visto na guarita. 




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