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Camisa do Ramalhão enverga o varal
Anderson Fattori
09/05/2016 | 07:00
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A camisa do Santo André pesa. E não é exagero. Ao menos nas divisões intermediárias do Campeonato Paulista o time se comporta como um dos grandes e provou isso mais uma vez na Série A-2. Em um dos campeonatos mais difíceis dos últimos tempos, com acesso de só dois times e queda de seis, além de vários clubes tradicionais na disputa, a equipe se sobressaiu justamente na fase mais importante da competição, o mata-mata, onde historicamente é respeitado por tudo que já conquistou.
Acompanho o Ramalhão desde 1997 e tive a oportunidade de presenciar as maiores conquistas do clube, desde o histórico acesso de 2001, passando pela Copa São Paulo de Juniores de 2003, Copa do Brasil de 2004 e os dois títulos recentes da Série A-2, o vencido sábado, em Mirassol, e o de 2008. Poucas vezes vi o time falhar em partidas decisivas, seja contra grandes ou pequenos. Parece que há uma energia muito forte que empurra o time, mesmo quando tecnicamente é mais fraco que o rival.
Um dos segredos, certamente, é o fato de os jogadores entoarem o hino antes de cada partida. Acredito nisso. Ajuda a construir identificação muito grande entre os jogadores e o clube. Sábado, na conquista da Série A-2, em Mirassol, o grupo repetiu o que foi feito em 2004, no gramado do Maracanã, ao vivo para todo o País, quando os jogadores cantaram a letra após erguer o troféu da Copa do Brasil, surpreendendo muita gente.
Coincidentemente ou não, essa história começou em 2001, na morte do ex-presidente Breno Manoel Gonçalves, o Marechal da Vitória, que morreu quando assistia a um jogo entre Santo André e Juventus, na Rua Javari, pela Série A-2. Em seu velório, o ex-técnico do Ramalhão, Luís Carlos Ferreira puxou o hino e depois incorporou a canção na última corrente antes de o time entrar em campo. De lá para cá, virou tradição. De lá para cá, o Santo André reapareceu entre os grandes e conquistou a justa fama de time que cresce em momentos decisivos.

Feito em casa
O gol do título da Série A-2, marcado por Dudu Vieira, foi emblemático para o Santo André. Além de ter sido o segundo dele na temporada – havia feito também contra a Portuguesa – ratificou o valor da nova geração revelada nas categorias de base do clube. Depois de anos sem lapidar ninguém, o Ramalhão mostra agora o trabalho feito silenciosamente nos bastidores que deu ao time profissional bons nomes. Além do volante, terminaram a campanha como titular o lateral-esquerdo Paulo e o meia-atacante Guilherme Garré. O goleiro Paulo Vitor, o lateral-direito Jean e o atacante Vinícius Cabelo também foram bastante utilizados.
O grande segredo para se manter entre os grandes é esse. Ter jogadores revelados em casa para manter a base e buscar reforços pontuais. Parece que o Santo André reencontrou o caminho que o levou aos grandes momento da sua história.




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