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Trupe da Fraternal em noite de drama
Por Natane Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
31/10/2007 | 07:15
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Você já parou para imaginar quantas lembranças pode acumular um simples objeto? Munidos de tal questionamento, os integrantes da Fraternal Cia. de Artes e Malas-Artes saíram pelas ruas de São Paulo em busca de inspiração para um novo espetáculo. O resultado pode ser conferido em Memória das Coisas, que chega ao palco do Sesc São Caetano nesta quarta-feira, em única apresentação, às 20h.

Escrita por Luis Alberto de Abreu, dirigida por Ednaldo Freire e interpretada por Aimann Hammound, Edgard Campos, Mirtes Nogueira e Luti Angelelli, a peça – considerada como a mais experimental já encenada pelo grupo – narra um dramático momento vivido por um homem de 50 anos. Após passar por baixo de um arco de concreto localizado na Avenida Tiradentes, em São Paulo, o personagem é surpreendido por lembranças que não são suas, mas de cenas armazenadas pela história do local.

O monumento realmente existe e, embora pareça não fazer parte do cenário da região, já abrigou um presídio construído em 1852. Por lá, passaram de escravos a presos políticos nos anos de chumbo. “Durante a pesquisa, o arco nos chamou a atenção. Mas só depois descobrimos o significado”, conta o ator Aiman Hammoud.

Paralelamente ao curioso fato vivido pelo protagonista, são narradas histórias de personagens reais, pessoas entrevistadas pela companhia que guardam uma íntima relação com seus objetos.

Experimental - “É diferente porque é totalmente narrado e funciona em um espaço absoluto”, explica Hammoud sobre o experimentalismo de Memória das Coisas, que estreou em 2006.

Acostumados a encenar comédias, textos com características de farsas – como, por exemplo, o Auto da Paixão e da Alegria –, a Fraternal viu-se diante de um desafio. Embora dê espaço a um personagem cômico, o espetáculo tem no drama sua fundamentação.

Além do roteiro, o espaço também é novidade. O tradicional palco italiano foi abandonado e criou-se uma encenação aberta, em que o público se sente parte do acontecimento.




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