Ministério da Cultura determina que convênio
com governo Marinho possui mais três meses
O Ministério da Cultura deu prazo até o dia 7 de agosto para que a Prefeitura de São Bernardo conclua o Museu do Trabalho e do Trabalhador, erguido no antigo Mercado Municipal, na região central da cidade. A obra já consumiu R$ 18,8 milhões desde 2010, mas está parada desde novembro. A estimativa inicial era para ter sido entregue em janeiro de 2013 – dois anos e meio atrás.
Ofício datado de 7 de maio, assinado por Arlício Oliveira dos Santos, coordenador do setor de acompanhamento de projetos e convênios, autoriza a prorrogação do vínculo do governo de Luiz Marinho (PT) com a União para o término do equipamento. Segundo ele, por atrasos na liberação dos aportes.
Apesar de avalizar o aditamento contratual, o Ministério da Cultura ainda não deu parecer sobre a solicitação de Marinho para aumento dos custos do Museu do Trabalhador. Orçado em R$ 18 milhões, o projeto já teve custo acrescido em R$ 800 mil. Desta vez, o petista quer R$ 4,5 milhões para finalizar o prédio.
O Museu do Trabalho e do Trabalhador foi anunciado em 2010, por Marta Suplicy (ex-PT), então ministra da Cultura, e Marinho. Tem como principal objetivo enaltecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), padrinho político de Marinho. A decisão de construção de um museu para homenagear Lula foi bastante contestada.
A equipe do Diário esteve novamente na sexta-feira no canteiro de obras. A situação continua igual à do mês passado, quando Marinho pediu reajuste na transferência para o empreendimento. Entulho, mato alto, resto de materiais de construção e lixo tomam conta do local. O prédio segue sem acabamento, com muitas intervenções a serem feitas. Nenhum funcionário estava trabalhando.
O governo de Luiz Marinho não se pronunciou sobre o caso. Quando questionado pessoalmente sobre o Museu do Trabalhador, o prefeito petista também evita comentários.
LARANJA
Além do atraso, a obra do Museu do Trabalho e Trabalhador em São Bernardo é envolta a escândalo porque a Construções e Incorporações CEI, responsável pela construção, utilizou laranja como sócio.
Em setembro de 2013, o Diário mostrou que sócio da Construções e Incorporações CEI era eletricista desempregado, que morava na periferia de Diadema. Provável laranja, Erisson Saroa Silva possuía R$ 10,4 milhões em participações da empresa – a outra metade pertencia a Elvio José Marussi, de fato o responsável pela companhia. Quando questionado sobre a quantia que detinha na empresa, Erisson se espantou.
O episódio é investigado pelo MPF (Ministério Público Federal).
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