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Petroquímicas criam entidade para fomentar desenvolvimento

Objetivo é ter iniciativas para melhorar a competitividade da cadeia produtiva

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
25/05/2015 | 07:07
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André Henriques/DGABC


Nove empresas do polo petroquímico da região se associaram para criar o Cofip ABC (Comitê de Política Industrial do Polo do Grande ABC), que será lançado oficialmente hoje. Trata-se de entidade que surge para, entre outros objetivos, desenvolver ações visando a competitividade da cadeia produtiva do segmento.

Com faturamentos que somaram R$ 8,6 bilhões em 2014, essas indústrias petroquímicas, concentradas em grande parte entre Santo André e Mauá – são elas: Braskem, Aquapolo, Quantic, Oxiteno, Vitopel, Chevron, Air Liquide, Bandeirante Química e Cabot –, querem se servir da entidade também como canal de aproximação do setor com o poder público e a comunidade local.

O presidente do Cofip, Antonio Emilio Meirelles, cita que haverá três pilares de ação. Um deles é voltado à Saúde, à Segurança e ao meio ambiente. O foco será o apoio a programas para redução de riscos em situações de emergência (por exemplo, incêndios ou explosões), com o cumprimento de normas e procedimentos para a evasão de pessoas das fábricas e simulados com a população do entorno, com a participação da Defesa Civil, do Núcleo de Defesa Comunitária, do Corpo de Bombeiros e de outros parceiros. Uma das ideias é criar um Conselho Comunitário Consultivo, com a participação de líderes locais. O intuito também será reunir informações dos integrantes e estabelecer canal de comunicação entre eles e a comunidade.

O segundo pilar é a relação institucional, de fomentar o desenvolvimento de outros elos da cadeia produtiva, como pequenas fabricantes de embalagens e peças plásticas; transportadores de produtos químicos; engarrafadores de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo); produtores de tintas e vernizes, higiene e limpeza etc. Todos esses segmentos geram cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos e adicionam riqueza superior a R$ 2 bilhões por ano a Santo André e Mauá, de acordo com estudo realizado em 2014 pela consultoria MaxiQuim. Nesse sentido, o gerente executivo do Cofip, Francisco Ruiz, afirma que poderá oferecer colaboração a programas desenvolvidos pela Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, como o APL (Arranjo Produtivo Local) do plástico.

Meirelles afirma que a crise econômica, que impacta duramente o setor industrial, não foi um motivador para a criação da entidade, que já teve, até a década passada, experiência semelhante: a Apolo (Associação das Empresas do Polo) – que, por mudanças societárias (a compra de diversas fábricas pela Braskem), foi interrompida. No entanto, ele reforça que o Cofip pode servir como instrumento para as pequenas enfrentarem melhor a crise.

Haverá ainda o pilar da sinergia, com união de forças para a redução de custos e troca de experiências entre os associados, por exemplo, para disseminar boas práticas de gestão. Ruiz destaca que o Cofip vai procurar captar mais sócios também de outros elos da cadeia produtiva e, para isso, conta com valores de mensalidade diferentes para grandes, médias e pequenas empresas. O presidente da entidade, que também é diretor industrial da Braskem – que capitaneia a iniciativa –, cita que entidade é inspirada também em formato como o existente há 30 anos na Bahia (a Cofic, na cidade de Camaçari), que conta hoje com 60 empresas participantes. 




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