Economia Titulo Chocolate
Ovos de Páscoa caseiros podem duplicar renda de empreendedor

Atividade utilizada como fonte extra nesta época
do ano pode render até R$ 7.000 a empreendedores

Marina Teodoro
Do Diário do Grande ABC
22/03/2015 | 07:05
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Nario Barbosa/DGABC


Quem procura uma maneira de faturar um dinheiro extra, para incrementar o orçamento no final do mês, pode encontrar uma oportunidade nesta época. A Páscoa, comemorada em 5 de abril, é o caminho que muita gente encontra para levantar uma renda mensal maior. Para quem resolveu se dedicar a fazer doces caseiros como meio de vida, significa duplicar ganhos em relação à média dos outros meses.

Bia Garcia, 57 anos, de Santo André, se enquadra nesse último caso. Ela, há 20 anos, produz ovos de chocolate em casa para melhorar o faturamento da família, mas só se dedicava a essa atividade como um extra, quando o feriado se aproximava. Porém, há oito meses, ela e o marido fecharam a empresa que tinham por 11 anos, por problemas financeiros, e encontraram nos doces uma forma de garantir a renda familiar, que hoje é mantida pela venda de brigadeiros e comida congelada. “Com a venda de brigadeiro, chego a ganhar R$ 3000. Com os ovos, em outros anos, faturei cerca de R$ 7.000”, comenta.

Com vários formatos e sabores, o carro-chefe da doceira são os ovos recheados, e principalmente o de brigadeiro de 500g, que custa R$ 71,50. “Fiz minha clientela na base do boca a boca, e hoje tenho bastante gente pra vender. Aproveito a Páscoa para lucrar ainda mais.”

Outro caso de sucesso com o chocolate é o da jornalista e designer Alessandra Coelho, 34 anos, de São Caetano. Depois que a filha nasceu, ela costumava fazer os docinhos para as festas de aniversário, e acabou se especializando em brigadeiro gourmet, que vende há sete anos, mesmo sem sair do emprego de designer. Com os elogios de amigos e família, há quatro, começou a produzir ovos de chocolate. “Montei uma marca, registrei, mas não divulguei muito. Na ultima Páscoa vendi 80 ovos, mas se eu tivesse feito 200 teriam sido comprados. As pessoas adoraram!” comemora a designer, que neste ano preparou uma quantidade maior. “Fiz 120 ovos. A previsão é de que eu lucre cerca R$ 4.000”, calcula, já que o produto, feito em uma embalagem especial e no formato de colher, é vendido há R$ 60. Apesar disso, ela não pensa em largar a profissão para investir nos doces. “É preciso muito planejamento. Claro que é tentador, mas se eu montasse uma empresa, não sei se a qualidade seria a mesma.”

Já para a secretária Samanta Pires, 32, São Bernardo, abrir uma empresa é o próximo passo. Com uma renda mensal de R$ 2.000, incrementada com a venda de bolos e chocolates, ela acredita que se tivesse mais tempo para se dedicar à cozinha, poderia duplicar o faturamento.

“Na época de Páscoa eu chego a lucrar R$ 4.000, fora os doces que produzo normalmente”, afirma a secretária, que está se preparando para ter o próprio negócio no ano que vem. “Acredito que posso manter o meu diferencial, que é o sabor artesanal, e lucrar ainda mais com isso.” Os ovos de Páscoa de colher de 500g são vendidos a R$ 65.

PREÇOS - O trabalho manual e a qualidade dos produtos utilizados para a produção de ovos caseiros justificam o preço mais elevado, de acordo com as doceiras. Em comparação com os produtos encontrados nos supermercados, ovos de colher, de 400g custam em média R$ 49,90. Já os caseiros, com 100g a mais, saem por volta de R$ 62, enquanto os fabricantes da região cobram cerca de R$ 72 em produtos de 500g.

Mas em alguns casos, os ovos feitos em casa saem mais baratos. Os puros, ao leite, de 350g podem ser encontrados por R$ 24, enquanto no supermercado, os de marcas conhecidas têm custo médio de R$ 29,29. A dentista andreense Camila Brito, 28, cliente de Samanta há oito anos, não abre mão dos produto caseiro e defende o trabalho manual. “É muito mais saboroso e menos artificial. Compensa pagar um pouco mais caro.”


PLANEJAMENTO - Para quem vê futuro no que faz, e pretende abrir o próprio negócio, como a secretária Samanta Pires, 32, São Bernardo, que quer montar loja de doces, é necessário muito mais do que a habilidade no ofício.

De acordo com a analista sênior de atendimento do Sebrae, Juliana de Oliveira Ramos, a primeira orientação que se dá ao público é que verifique se realmente a situação é viável.

“É necessário planejamento e organização para se tornar um microempreendedor. É preciso estrutura de mercado e viabilidade econômica.”

Para se enquadrar na lei federal do MEI (Microempreendedor Individual), é preciso que o faturamento bruto anual seja de R$ 60.000, com proporcional de R$ 5.000 mensal.

“Mas caso seja feita a conta a partir desse mês, o total vai para R$ 50.000, porque o principal são os R$ 5.000 por mês” afirma a analista.

No caso de uma empresa que trabalha com alimentos, é necessário um alvará de funcionamento do município e aprovação da vigilância sanitária. Se o indivíduo se enquadrar em todos os requisitos, a inscrição pode ser feita no próprio portal do empreendedor: www.portaldoempreendedor.gov.br/. 




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