O efetivo da GCM (Guarda Civil Municipal) de Santo André recebeu ontem 100 armas Spark (pistola de eletrocondutividade) enviadas pelo Ministério da Justiça, por meio do programa federal Crack, É possível Vencer. A parceria permitiu à administração municipal uma economia de R$ 320 mil em equipamentos.

O artefato pode ser acionado por, no máximo, cinco segundos, sendo programada para desligar automaticamente após esse período. É isso o que a difere da pistola taser, que pode fazer disparos em série e, mesmo definida como não letal, passou a ser questionada depois de provocar duas mortes em 2012 – do estudante brasileiro Roberto Laudisio, 21 anos, morto na Austrália, e Carlos Barbosa Meldola, 33, em Santa Catarina.

Ao ser disparada, a Spark emite dois dardos – com polo positivo e negativo – que, ao acertar o suspeito ou infrator, continuam ligados à arma por fios metálicos, ocasionando o fechamento de um circuito de energia, denominado de arco voltaico.

A pessoa atingida, então, perde por algum tempo o controle da musculatura, sendo possível fazer a imobilização. “Quando o suspeito não estiver portando arma de fogo, e estiver apenas com a resistência física ou com algum outro armamento, poderemos empregar a Spark, se necessário”, explicou o subcomandante da GCM, Rogério Durante.

Ele ressalta que, com os equipamentos, a tendência é de redução da letalidade nas ações da corporação. “De 2012 para cá, há um registro de alta de 15% nos confrontos armados, devido ao aumento da criminalidade e à resistência do criminoso, o que impele o agente a fazer uso da arma de fogo para defender sua vida ou a de terceiros. Com o Spark, o revólver vai ser sempre o último recurso que o guarda vai utilizar. A vida será preservada e a segurança jurídica do profissional também, porque não tem o risco de responder por um crime que possa cometer em ocorrência”, concluiu Durante.

Para utilizar a pistola elétrica, os guardas receberam treinamento no Centro de Formação da GCM.