Ao mudar-se para a Rua Serafim Carlos, no bairro São José, em São Caetano, o educador físico Fabio Brito, 32 anos, pensou que viveria com a mulher em lugar tranquilo. Ao lado da casa dele, em residência comum, funciona, aparentemente, uma oficina de funilaria e pintura de automóveis.

"Antes, eram duas ou três vezes por semana. Agora, não temos mais descanso. Os trabalhos são de segunda a domingo. Sem parar. Aos fins de semana, a gente quer descansar e não pode. Sem contar meu carro e portão, que estão respingados de tinta e a sujeira, que acaba sendo jogada e correndo pela guia", contou.

O cheiro forte de produtos químicos também invade todos os cômodos das casas mais próximas. "No primeiro mês que me mudei, há dois anos e meio, tive crise de rinite alérgica por ficar inalando tinta. Está prejudicando a saúde da população da rua."

Assim que adquiriu o imóvel e se deu conta do incômodo, Brito foi até a casa vizinha reclamar do cheiro e barulho. "Falei com uma senhora que mora lá, mas não foi feito absolutamente nada."

O próximo passo do educador foi procurar a Prefeitura.

A primeira reclamação foi registrada em abril de 2010. "Procurei também a Vigilância Sanitária e o Meio Ambiente da cidade. Eles disseram que não têm autorização para entrar na casa da pessoa. E toda vez que fazem visita, não tem ninguém trabalhando."

A Prefeitura de São Caetano afirmou que vai encaminhar fiscal ao local, pois há um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre a Secretaria do Meio Ambiente e a empresa em questão firmado para que o serviço seja executado na casa, dentro de limites estabelecidos. Se for constatado que o acordo não está sendo cumprido, a administração tomará providências. Procurado pela equipe do Diário, o dono da suposta oficina não quis se manifestar.