Os trabalhadores da GM (General Motors) de São Caetano decidiram paralisar a produção ontem como forma de protesto para exigir a contratação de 200 trabalhadores. Em duas assembleias realizadas no início dos turnos, os colaboradores aceitaram iniciar uma série de protestos até que a montadora se pronuncie sobre o assunto. Cada turno parou por uma hora. A GM não retornou a solicitação da reportagem.

As paradas custaram caro à montadora. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Francisco Nunes Rodrigues, cerca de 100 carros deixaram de ser produzidos.

"Enviamos um documento oficializando o pedido de contratações, mas a GM não entrou em contato, e não podemos deixar que os trabalhadores continuem sobrecarregados", afirmou.

Segundo o sindicalista, na próxima semana haverá mais paralisação. "Vamos aumentar o tempo das paradas gradativamente até parar o dia todo. Enquanto a montadora não negociar as contratações nós vamos parar", prometeu Rodrigues.

O sindicato afirmou que os funcionários da GM estão trabalhando muito e as funções estão sobrecarregadas. No mês de julho, os colaboradores tiveram aumento na jornada, mas não receberam incremento nos salários.

"Os funcionários passaram a trabalhar 43 horas semanais, no mês de junho, eles atuavam 41h30. O que nos revolta é que a montadora sinalizou que quer ampliar ainda mais este período: para 45 horas no mês de agosto", destacou o sindicalista.

As contratações foram solicitadas há mais de um mês, porém, a GM solicitou que o sindicato aguardasse os rumos do benefício do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados). "Nós esperamos, mas mesmo com a prorrogação e os bons resultados da empresa não fomos procurados", lembrou Rodrigues.

Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), no mês de junho a montadora licenciou 50.232 veículos, número 23,7% maior do que em maio, quando a GM vendeu 40.607 automóveis.