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Educação, família e diálogos
Por Do Diário do Grande ABC
18/10/2020 | 09:54
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 Em agosto, a Secretaria de Educação de São Caetano iniciou série de encontros com a comunidade escolar. As reuniões virtuais tiveram como finalidades promover ‘escuta ativa’ sobre os desafios impostos pelo ensino remoto e compreender como a secretaria poderia contribuir nesse processo. Nas conversas, emergiram as angústias de um momento único da humanidade, a pandemia pelo coronavírus. Dificuldades para ensinar os filhos e filhas, insegurança, muita preocupação pelo retorno presencial das aulas e o excesso de atividades propostas.

Como gestor da pasta, me questionei sobre o quanto o trabalho remoto atendia de fato às necessidades da comunidade. As rodas de conversa foram a solução para compreender, de forma ampla, como estava sendo realizado nosso trabalho, desde a educação infantil até o ensino médio. Em 50 dias, nossa equipe concluiu o percurso de 63 escolas, acessando mais de 4.000 famílias. Como fruto dos diálogos, passamos a ofertar lives e encontros remotos com a equipe do projeto Cuidando de Quem Cuida. Afinal, acolher e orientar as famílias também são nossa responsabilidade.

Pudemos ainda explicar nosso planejamento para o próximo biênio, enfatizando que todos os conteúdos pedagógicos não ofertados ao longo deste ano serão considerados na flexibilização do currículo (2021), no retorno presencial. Percebemos o quanto é desafiador para o aluno participar das aulas remotas e como a relação professor-aluno é insubstituível. Há, também, aqueles que não podem contar com o auxílio de seus familiares, por diversos motivos, inclusive a ausência de conhecimentos pedagógicos e didáticos (habilidades próprias de professores), além de tecnológicos.

Muitas mães, pais e familiares, nos relataram a falta de tempo e a nova rotina imposta pela pandemia, e não poderíamos passar para as famílias a responsabilidade de ensinar. Entendemos que não era prudente excedermos em quantidade as nossas propostas, mas sim investir na qualidade desta oferta. O trabalho do professor em sala de aula é insubstituível e juntos teremos grande desafio: o retorno presencial. O mais importante será acolhermos nossos estudantes e considerarmos cada um em seu contexto.

Durante esse percurso, também entendemos como reinventamos a educação e que nunca o trabalho remoto substituirá as aulas presenciais. A escola é espaço diverso de grandes possibilidades de aprendizagem. A escola é lugar de encontros. Grande aprendizado foi entender, na prática, o quanto a relação família-escola-educação é importante e deve ser fomentada no presencial, tendo a escuta ativa e o diálogo como premissas para atingirmos objetivo comum: educação de qualidade para nossos estudantes.

Fabricio Coutinho de Faria é secretário de Educação de São Caetano.

Ironias

Ainda bem que no Brasil não existe mais corrupção, a ponto de o presidente acabar com a Lava Jato. Ainda bem que dinheiro na cueca não é mais encontrado no Brasil. Ainda bem que a mulher e os filhos do presidente são honestos. Ainda bem que conseguimos mudanças ao tirar o PT do poder. Ainda bem que Bolsonaro é bom para o povo. Ainda bem que brasileiro sabe votar. Ainda bem que existem Papai Noel e Coelhinho da Páscoa.

Ismar Liberatti

Ribeirão Pires

Mestres – 1

Em relação à carta da leitora Célia de Paula (Ribeirão, dia 12), quando pergunta o que justifica um vereador de Ribeirão Pires receber de salário mais de R$ 8.000, respondo: nada! Nada justifica esse disparate. Pergunto: por que eles ganham tudo isso e os professores da cidade têm de brigar na Justiça para ter reajuste do piso? Sim, do piso, de míseros R$ 2.557,74 (Setecidades, dia 10)! É muita injustiça! Por que ao falarem de desigualdade nunca – repito: nunca! – mencionam a exploração a essa categoria, responsável pela formação de todas as outras? Até quando nossos mestres serão tratados – ou melhor, destratados – dessa forma. Brasil, o País da desigualdade! 

Maria Tereza Fidelis

Ribeirão Pires

Mestres – 2

Li neste Diário três reportagem que me deixaram intrigado e faço um paralelo. A primeira é sobre a cesta básica, que bateu a barreira de absurdos R$ 800 (Economia, dia 10). A segunda refere-se à luta dos professores de Ribeirão Pires por reajuste no salário (Setecidades, dia 10). E, a terceira, sobre vereadores da mesma Ribeirão, que, para não votar redução de seus salários, fingem-se de espertos e combinam adiamento (Política, dia 9). Digo que é muita injustiça com os docentes, que, com a cesta custando essa fortuna, mal conseguem prover seus lares. São responsáveis por nossa formação, deram-nos sabedoria – infelizmente alguns, como políticos da cidade, a usam para locupletarem-se. E é muita bondade nossa com a classe política, que não merece nem ao menos nosso respeito. É chegada a eleição, hora de dar fim a todos eles, sem exceção, principalmente os ‘espertinhos’ de Ribeirão. É utopia, infelizmente, mas deveria haver o inverso, com professores ganhando os R$ 8.000 e os vereadores, os R$ 1.045 do salário mínimo. Aí, sim, seria País justo.

Michel Rafael Antunes de Mello

Diadema

Azulão

Parabéns ao São Caetano pela conquista da Série A-2 do Campeonato Paulista (Esportes, dia 13). O Azulão mostrou mais uma vez que é o maior time do Grande ABC, apesar de sua torcida, quando pode, não comparecer aos jogos da equipe no Anacleto Campanella. A torcida agora é para que os patrocinadores, principalmente Saul Klein, invistam no clube e montem elenco com capacidade para ganhar também o Paulistão, como já aconteceu no passado, e não só para não cair de novo, como é a rotina dos times pequenos da região. Azulão é grande. Grande não, gigante. 

Thiago dos Santos

São Caetano

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