Se antes o técnico Juan Carlos Osorio contemporizava nas críticas à diretoria do São Paulo, ontem, em sua primeira entrevista após a derrota para o Atlético-PR por 2 a 1, na quarta-feira, ele mudou de postura e demonstrou toda a sua insatisfação com a situação no clube. O principal ponto que irritou o treinador foi a saída de quatro jogadores: Paulo Miranda, Denilson e Souza, vendidos, e Dória, cujo contrato de empréstimo junto ao Olympique de Marselha, da França, venceu dia 30 de junho. Menos mal é que Rodrigo Caio, que não foi negociado com o futebol espanhol, continuará no clube.

“Entendo a situação econômica, mas também acho que nossa responsabilidade é grande com o elenco, com a torcida e com todos aqueles que têm sentimento pelo clube”, afirmou Osorio, que concordou com as críticas de Rogério Ceni, que, após o duelo em Curitiba, disse entender a “necessidade do clube”, mas que tinha de pensar em sua “necessidade de ser campeão”. “Entendo a posição do Rogério. Ele me disse que era a última oportunidade dele. Falei que era a minha também porque se não ganhar não vamos seguir. Eu prefiro não ganhar dinheiro e ganhar títulos. Essa é uma posição minha. O correto é um ponto intermediário. Deveriam ter vendido menos e manter um elenco para brigar pelo título”, frisou.

O técnico também negou que tenha se arrependido de iniciar o trabalho no São Paulo e que tenha pensado em deixar o clube. “Em nenhum momento passou pela minha cabeça nem na dos meus auxiliares (deixar o Tricolor). Estamos muito orgulhosos de estarmos aqui”, disse.

Outra crítica do treinador foi a Ganso, que, no intervalo da derrota para o Furacão, criticou Lucão pela falha de marcação no primeiro gol do adversário. “Ganhamos juntos e perdemos juntos. Independentemente de tudo, não se pode individualizar as derrotas. Não gosto assim. Mas precisa de uma conversa e vamos conversar (com Ganso)”, destacou.