Economia Titulo Mercado
Crédito às pequenas e médias empresas estabiliza em 2010

Em contrapartida, crédito para o consumidor recuou
1% em novembro, segundo levantamento da Serasa

Por Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
05/01/2010 | 07:12
Compartilhar notícia


Enquanto as pequenas e médias empresas deverão tirar da gaveta os planos de investimento para este ano, com perspectiva de normalidade na concessão de crédito até o fim do primeiro semestre, a situação para o consumidor deverá ser diferente, visto que em novembro, o crédito para a pessoa física recuou 1%, segundo a Serasa Experian, especializada em análise de crédito.

Levantamento feito pela empresa indica que o volume de desembolso atual está 4% abaixo da média normal. "O volume de crédito aumentará, pois os bancos privados, que não liberaram tantos recursos, vão correr atrás para recuperar o espaço perdido para as instituições públicas", avalia o gerente de indicadores de mercado da Serasa, Luiz Rabi.

O especialista calcula que a quantia ideal de recursos liberada por mês deveria somar R$ 101 bilhões. Em novembro, o indicador de perspectiva de crédito da empresa ficou estável em relação a outubro, atingindo o valor de 99,3, acima do realizado, que totalizou 95,9, considerando dados do Banco Central. O índice próximo ao nível 100 indica normalidade nas concessões para os próximos meses.

A evolução da economia brasileira, com crescimento anualizado maior que 6% ao ano, tem contribuído para a normalização do crédito bancário para as empresas. "Isso diminui o risco de inadimplência e melhora a geração de caixa", pontua o gerente da Serasa.

Ainda contribui para este cenário o aumento da captação externa e a recuperação do superávit primário, diminuindo a pressão de demanda por crédito bancário. Rabi analisa que, durante a crise, a inadimplência entre as empresas subiu mais em relação à pessoa física, um dos motivos que levou ao encolhimento do crédito.

CONSUMIDOR
Apesar do indicador de perspectiva de crédito ao consumidor estar em 103,9, sinal de que as concessões reais às pessoas físicas estão aquecidas, "o desembolso dos bancos para financiar o consumo deverão diminuir a velocidade", afirma o especialista da Serasa. Ele argumenta que as famílias brasileiras se endividaram no segundo semestre de 2009, e que os bancos deverão ser conservadores.

Para amenizar a diminuição do crédito, serão destaque neste ano as operações de crédito imobiliário, que utilizam recursos direcionados, como poupança e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Consumidor está confiante na economia

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) encerrou 2009 com patamar recorde, atingindo em dezembro 155,2 pontos, alta de 1,3% em relação a novembro, e de 22,2% em comparação a igual mês de 2008.

Além da melhoria do emprego e da renda, a base de comparação com 2008 é fraca, quando o humor dos consumidores foi fortemente afetado pela crise internacional. Em dezembro de 2008, o ICC registrou 127 pontos (queda de 4,3% na margem).

Em 2009, o nível de atividade foi influenciado pelas perspectivas sustentáveis de crescimento econômico que, por sua vez, condicionaram a melhoria na confiança do consumidor. O indicador encontra-se acima da média histórica e compatível com a expansão do consumo, o que reforça um quadro de continuidade do otimismo dos consumidores nos próximos meses.

No segundo semestre de 2009, o indicador apresentava tendência de recuperação gradual da confiança do consumidor abalada pela crise. Excluindo os meses de agosto (0%) e novembro (-0,7%), o índice apresentou resultados positivos em todos os outros meses do segundo semestre.

PLANEJAMENTO
Estudo da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) envolvendo 800 entrevistas pessoais aplicadas em pontos de fluxo da Capital, apontou que a pesquisa de preços faz parte do processo de compra do paulistano: 77,5% dos entrevistados afirmam realizar pesquisa de valores em várias lojas antes de comprar.

Entre as classes D e E esse porcentual sobe para 81,6%. "As famílias de baixa renda fazem pesquisa de preço, pois uma redução de 10% no valor de uma geladeira representa até 25% do salário", diz Roseli Garcia, superintendente de produtos e serviços da ACSP. AM (com agências) 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;