Todas as corporaçoes policiais da Espanha procuram, nesta quarta-feira, um automóvel Ford Fiesta branco, suspeito de ser um carro-bomba carregado com cerca de vinte quilos de dinamite. Neste veículo, o membro histórico da ETA, Patxi Rementeria, fugiu na última segunda-feira, após um atentado frustrado contra um comboio de explosivos escoltado pela Guarda Civil.

Os investigadores suspeitam que Rementeria, que voltou clandestinamente à Europa em 1996, após dez anos de exílio forçado em Cabo Verde, foi encarregado de reestruturar o ``comando Bizcaya' para cometer atentados no País Basco, depois que no início de dezembro o ETA deu por encerrada a trégua que mantinha há 14 meses.

O ``comando Bizcaya', um dos três grupos armados mais famosos da ETA, junto com o ``comando Madri' e o ``comando Donosti', ativo na regiao de San Sebastián (Norte), foi desmantelado pela última vez em abril de 1998, em uma operaçao policial na qual morreu um ativista.

Sete meses antes, a guarda civil tinha aplicado um duro golpe nesse grupo com uma intervençao em que dois supostos ``etarras' morreram. Antes disso, o ``comando Bizcaya' tinha sido desmantelado seis vezes, desde 1985.

A polícia encontrou pistas do comando na última segunda-feira, graças à detençao de dois supostos ativistas em Basauri, nos arredores de Bilbao. Os dois ``etarras' confessaram ter tentado explodir um comboio carregado de dinamite, que se dirigia a umas obras em Bilbao.

Entretanto, o atentado fracassou devido a uma mudança de última hora no itinerário do comboio. Assim, o grupo separou-se e Rementeria desapareceu com o Ford Fiesta cheio de dinamite.

Os policiais descobriram ainda uma base do comando em Bilbao, um apartamento onde foram encontrados 40 quilos de dinamite pertencentes a um lote de oito toneladas, roubado pela ETA em setembro na Bretanha (Oeste da França), armas e uma lista de vítimas potenciais: políticos, policiais, juízes, empresários e militares, principalmente.