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Iran Malfitano vai da ‘Malhação’ para novela das sete
Roberta Brasil
Da TV Press
06/06/2003 | 19:46
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Iran Malfitano é ansioso por natureza. Quando encarava uma maratona de testes no início da carreira, mal dormia na espera do resultado. Com as primeiras participações na televisão, ficava aflito na expectativa de ser chamado outra vez. Depois de dois anos na pele do bom moço Gui, de Malhação, morria de medo de não emplacar um novo trabalho. Por isso, não coube em si de tanta felicidade quando recebeu o convite para Kubanacan, de Carlos Lombardi. “Foi o Ricardo Waddington, diretor de núcleo de Malhação, que me contou que o Lombardi queria trabalhar comigo. Fiquei todo bobo porque nem o conhecia e, afinal, ele devia gostar do meu trabalho”, diz, orgulhoso.

O boa vida Carlito, filho do ditador Carlos Camacho, de Humberto Martins, é exibicionista e o único que faz o pai de gato e sapato, já que sempre leva vantagem com o mulherio. Para entrar em cena, o ator alonga o topete e abusa do visual roqueiro rebelde dos anos 50. Mas Iran diz que não precisou se aprofundar na pesquisa de época para compor o personagem. “Embora ele tenha esse lado James Dean, o Carlito vive numa ilha tropical. Tive mais cuidado em criar um jeito de falar e de andar para ele. E, principalmente, seguir direitinho o texto do autor”, afirma, com um forte sotaque mineiro-capixaba, de quem nasceu em Belo Horizonte (MG) e cresceu em Vitória (ES).

Aos 21 anos, Malfitano não pensa em seguir outra carreira que não a de ator. Mas em vários momentos cogitou desistir da profissão e retornar para a capital do Espírito Santo, onde até hoje mora sua família. Foi na cidade que, há cinco anos, ele fez um curso de interpretação com o diretor da Oficina de Atores da Globo, Tônio Carvalho, e tomou gosto pelo ofício. Até então, pensava em seguir o exemplo do pai e prestar vestibular para Medicina. Mas o convite para participar da oficina da Globo veio antes. “Aos 16 anos, mudei de mala e cuia para o Rio, aluguei um quarto e me matriculei numa escola, enquanto tentava a carreira de ator. Nem sei como meus pais me deixaram entrar nessa aventura”, diz o galã, que atualmente divide um apartamento no Rio com a irmã mais velha.

Malfitano foi reprovado em dezenas de testes na Globo. A cada não, telefonava para a família. “Eu chorava de um lado e minha mãe do outro”, diz, agora aos risos. A primeira oportunidade na telinha só veio um ano depois de o ator se instalar no Rio. Foi uma ponta em Malhação, como o cleptomaníaco Kadu, no final da fase academia da novelinha, em 1999. Daí não demorou muito para surgir um novo convite. Em Laços de Família, encarnou Pedro, o personagem de José Mayer quando jovem. Com recém-completos 18 anos, ele deu sorte de não ser cortado da trama quando uma liminar do Juizado da Infância e Adolescência proibiu a participação de menores na novela. “Isso trouxe até mais repercussão para a história e as pessoas começaram a me parar nas ruas”.

Apesar disso, os meses seguintes à novela foram angustiantes para Malfitano. Ele voltou a fazer uma série de testes, sem sucesso. Decidiu então retornar para Vitória. Na última semana no Rio, porém, recebeu o telefonema de uma produtora da Globo que o chamou para uma conversa com Ricardo Waddington. “Fui na pilha de saber o que um diretor queria comigo. Quando cheguei, ele disse: ‘Olha aí o Gui, nosso novo protagonista’. Quase caí duro!”.

Foram dois anos na pele do boa-praça Gui, que vivia um conflituoso namoro com a correta Nanda, de Rafaela Mandelli. O par romântico deu tão certo que foi recriado por Lombardi, em Kubanacan. Carlito se envolve com a bonita e burra Consuelo, de Fernanda de Freitas, sem imaginar que, na verdade, está mesmo apaixonado pela tímida e inteligente Soledad, de Rafaela. “É bom contracenar com uma amiga com quem eu já tenho intimidade. Por outro lado, é muito mais difícil porque precisamos fazer tudo bem diferente do Gui e da Nanda”.




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