Economia Titulo Crise
Cortes põem em risco economia de S.Paulo

Para secretário do Trabalho João Dado, guerra fiscal
contribui para dificuldade financeira das montadoras

Caroline Garcia
Do Diário do Grande ABC
08/01/2015 | 07:29
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Ari Paleta/DGABC


O secretário estadual do Trabalho e Renda, João Dado, se reuniu ontem com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, para discutir a situação das 800 demissões que ocorreram na unidade Anchieta da Volkswagen, em São Bernardo, e conhecer, de forma mais ampla, a realidade no setor automotivo na região.

“As demissões programadas demonstram risco sistêmico ao Estado de São Paulo”, afirmou Dado. “São perdas de postos de trabalho num setor nevrálgico para a economia paulista. Nós temos percentual elevado de capacidade produtiva em São Paulo que vai para o Brasil todo.”

O secretário avaliou ainda que parte da crise enfrentada pelo setor decorre da guerra fiscal que ocorre no País, além dos problemas específicos na área automotiva. “Outros Estados estabelecem benefícios tributários que não são aprovados pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) e conferem benefícios muito grandes de até 15 ou 20 anos para pagar o tributo, o que gera desigualdade de competição para as empresas e para as indústrias que estão implantadas no Estado de São Paulo.”

Durante a reunião, Rafael Marques repassou um mapeamento da situação dos metalúrgicos no Estado junto ao quadro dos trabalhadores no Grande ABC.

“Passamos tudo para o governo, para o secretário e esperamos que o governador (Geraldo Alckmin, PSDB) nos ajude também nessa empreitada, pois é assim que o sindicato consegue ampliar o seu leque de parceiros para poder enfrentar um desafio como esse”, assinalou Marques.

De acordo com Dado, o governo de São Paulo está muito preocupado com o cenário, e assim que os relatórios da reunião chegarem às mãos de Alckmin, ele poderá adotar medidas que contribuam para evitar as demissões. “Não pode o trabalhador pagar com seu emprego a solução da guerra fiscal”, disse, indignado.

Segundo o secretário, uma reunião com a Volkswagen está marcada para hoje, e existe a intenção de dialogar também com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Durante a reunião, Marques destacou ao representante do governo estadual que as taxas de juros estão muito altas para o financiamento de veículos, tanto para o CDC como para o leasing, o que dificulta ainda mais a aquisição ou troca de carro zero-quilômetro e, consequentemente, não estimula a produção automotiva.
 




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