Todo o trabalho feito pelos assessores de Mano Menezes é voltado para a disputa da Copa Libertadores. Dessa maneira, a função de Mauro da Silva é fundamental no esquema. Para quem não lembra, ele era o ponta-esquerda no título brasileiro de 1990. E tinha apelido exagerado para o futebol que jogou: Mauro Van Basten, uma referência ao craque holandês do Milan (Marco) dos anos 1980 e 1990. Ele é o espião corintiano no torneio.

Mas o que Mauro faz de tão importante na Libertadores? Hoje, por exemplo, ele estará em Assunção, no Paraguai. Às 21h15 (hora de Brasília), dois rivais corintianos no Grupo 1 abrem a chave: o Cerro Porteño recebe o Independiente Medellín, no Estádio General Pablo Rojas.

Acompanhado de um cinegrafista, a tarefa de Mauro é analisar os adversários do Corinthians e trazer o maior número de informações para Mano. Em resumo, descobrir os pontos forte e fracos, e os destaques de cada um. "A filmagem é importante. O Mano pede para fazer imagem bem aberta, onde é possível ver claramente o posicionamento dos jogadores. Em lances de falta ou escanteio, eu oriento o cinegrafista a fechar em setores específicos", explicou.

Mano tem outros dois auxiliares: Sidnei Lobo, ex-volante do São Paulo, e Fábio Carille. Mas os dois são homens de campo, que ajudam em treinamentos.

DECORADO - Mesmo antes de ver Cerro e Independiente, o espião já tem detalhes dos rivais. "O Medellín é técnico. Deve ser o adversário mais forte. O Cerro abusa dos contra-ataques." E assim ele vai carimbando seu passaporte.

Na semana passada, esteve em Montevidéu. Foi ver a vitória do Racing sobre o Atlético Júnior, de Barranquilla. Os uruguaios serão os primeiros adversários do Corinthians na Libertadores, dia 24, no Pacaembu. As informações já estão com Mano. "Ele assiste ao jogo também. Depois, conversamos um pouco sobre o que eu vi in loco."

Na análise de Mauro, compartilhada com o chefe, o Racing vai jogar totalmente retrancado em São Paulo. Formará um ferrolho. "É um time que, mesmo em casa, se fecha. Tem um meia (Mirabaje) que é bom jogador. Eles atacam duas, três vezes por partida. O negócio será abrir logo o placar", disse o espião.

Mauro deixou claro que não palpita em escalação ou tática. "O Mano é quem decide isso."

Feldmann descarta concessão

Depois do presidente Andrés Sanchez, ontem foi a vez de Walter Feldmann, secretário de Esportes, Lazer e Cultura da Capital, confirmar que o Corinthians e prefeitura não tratam mais sobre a concessão do Estádio do Pacaembu.

"Não existe mais a ideia de ceder o Pacaembu ao Corinthians, já que eles não querem fazer gestão do estádio", disse Feldmann, durante o Seminário da Copa de 2014, na Assembleia Legislativa paulista.

Feldmann também falou sobre o valor de aluguel do estádio, de 12% a 15% da renda bruta, que fez o Corinthians marcar três jogos do Paulista para a Arena Barueri. "Vamos analisar os preços de mercado. Se o Pacaembu for mais caro, vamos conversar com o prefeito (Gilberto Kassab) e avaliar se é válido baixar". A Arena Barueri cobra 2% da renda.

IRÔNICO - Causou confusão o ntem declaração de Andrés Sanchez à rádio Bandeirantes. Questionado sobre a parceria com a MSI, Sanchez ironizou, como sempre faz a respeito: "A MSI foi lavagem de dinheiro. Bom mesmo foi a Parmalat (parceira do Palmeiras nos anos 1990)." Veículos de comunicação trataram como se o presidente confirmasse as suspeitas do MP.

ROBERTO CARLOS - "Se me deixarem voltar, seria um orgulho defender novamente a seleção", disse o lateral do Corinthians ontem, um dia depois de Dunga convocar Gilberto, do Cruzeiro, e Michel Bastos, do Lyon, para o amistoso contra a Irlanda. "São jogadores que atuam no meio em seus clubes, mas têm muita qualidade."