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Taxistas detêm ladrão em Ribeirão
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
01/10/2005 | 07:39
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Douglas Henrique Figueira, 24 anos, foi preso quinta-feira à noite em Ribeirão Pires acusado de roubar pelo menos três taxistas do município desde agosto. Para chegar até os motoristas, ele se fingia de cliente. Mas não foi a polícia quem deteve o acusado. Foram os próprios taxistas que o reconheceram quando o acusado tentou enganar uma vítima pela segunda vez. Os motoristas de táxi estavam prestes a linchá-lo, mas a Polícia Militar interveio.

Segundo as vítimas, o procedimento do acusado para realizar os assaltos era semelhante. Ele aparecia bem vestido no principal ponto de táxi da cidade, localizado na rua Euclides da Cunha, ao lado do terminal rodoviário, na região central. No ponto, solicitava uma corrida até Rio Grande da Serra. Na entrada do município vizinho, na rodovia SP-122, anunciava o roubo e levava dinheiro e o celular do taxista.

No ponto de táxi trabalham 25 motoristas. Às 19h de quinta-feira, Figueira deu azar e entrou no carro de um motorista que já havia roubado: Gilberto Morangoni, 48 anos. Na ocasião, Figueira estava acompanhado de um comparsa.

Quando o taxista percebeu que o cliente se tratava do mesmo ladrão que o havia roubado no dia 14 de setembro, saiu correndo atrás do acusado. Aos gritos de "pega ladrão", Morangoni chamou outros colegas que estavam no ponto para deter Figueira.

Na perseguição, Morangoni solicitou a ajuda do colega Newton Gomes da Silva, 58 anos, que também foi assaltado, além de outros três taxistas. O grupo perseguiu o suposto assaltante e o deteve na rua Felício Laurito. "Estava muito revoltado e consegui dar apenas uns sopapos nele. Um policial apareceu e evitou que ele fosse linchado", afirmou Silva. O comparsa do acusado conseguiu escapar.

O policial militar conduziu o acusado até a delegacia do município. Como Figueira foi reconhecido por três taxistas, ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça por um período de cinco dias.

Histórico - De acordo com as vítimas, Figueira atuava em parceria com uma mulher e um homem. O primeiro roubo aos taxistas de Ribeirão Pires teria ocorrido em 5 de agosto. Às 18h, uma mulher foi até o ponto e solicitou corrida até Rio Grande da Serra. Chegando na cidade, anunciou o assalto em um local onde estavam Figueira e o outro comparsa. Levaram da vítima R$ 269.

O segundo assalto ocorreu com Morangoni, no dia 14 de setembro, e o último foi realizado no dia 20 de setembro com o taxista Silva. "Na minha vez, esse ladrão que a gente reconheceu estava com o outro comparsa. Bem vestidos, eles também solicitaram corrida até Rio Grande da Serra. Na entrada da cidade, perto de uma torre de celular, mostraram um revólver e disseram que se tratava de um assalto. Levaram R$ 250 que eu tinha arrecadado com o trabalho", afirmou Silva.

O taxista afirma que vai se reunir com outros colegas do ponto e solicitar para a Prefeitura de Ribeirão Pires a instalação de uma câmera de segurança para monitorar o movimento de passageiros. "Fazia muito tempo que não éramos assaltados dessa maneira. Acho que a câmera dará mais segurança para nós trabalharmos", contou Silva.

Em depoimento à polícia, Figueira negou a autoria dos assaltos e não informou a identidade dos dois comparsas suspeitos. Ele também é acusado de participar de um arrastão numa praia em São Vicente no dia 5 de abril. Após permanecer preso por alguns dias na delegacia da cidade, foi liberado por falta de reconhecimento de testemunhas. Após ser solto, Figueira passou a morar no centro de Rio Grande da Serra.




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