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Mergulho no ofício de atuar
Por André Bernardo
Da TV Press
04/03/2005 | 13:51
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Com pouco mais de dois anos na profissão, Fernanda de Freitas já percebeu que a carreira de atriz não é tão glamourosa quanto parece. Com o fim de Kubanacan, em janeiro passado, ela se viu desempregada. Correu atrás, fez alguns testes, mas não passou em nenhum. Sozinha no Rio, essa paulista de São José do Rio Preto confessa que atravessou os piores sete meses de sua vida. “É difícil acordar todos os dias e não saber quando vai pintar o próximo trabalho. Tive de me centrar bastante para não entrar em desespero”, diz. A angústia da atriz só chegou ao fim em agosto do ano passado, quando recebeu um convite do diretor Dennis Carvalho para interpretar Amanda, a intrépida mergulhadora de Como Uma Onda. “Hoje, dou mais valor ao meu trabalho. Se tiver de gravar até as três da manhã, gravo na boa”.

O que já era bom ficou ainda melhor quando Fernanda soube que teria aulas de mergulho em Búzios, balneário do Rio. A princípio, ela imaginou que o laboratório se resumiria a chegar lá, colocar uma máscara de mergulho, ver alguns peixinhos e pronto. Mas, para a surpresa da atriz, ela, Sérgio Marone e Nill Marcondes, que interpretam, respectivamente, Rafael e Samuca, passaram por um autêntico intensivão, que incluiu aulas práticas e teóricas de manhã, à tarde e à noite. “Quando você mergulha, conhece um outro mundo, completamente mágico. A 18 metros de profundidade, a vida marinha é absolutamente rica e variada”.

Apesar de todo o aperto que viveu entre uma novela e outra, Fernanda jamais pensou em desistir da carreira e retomar o curso de psicologia, que deixou inacabado em sua cidade natal. “Sei o quanto a minha profissão é instável. Hoje, você está trabalhando. Neste sábado, ninguém sabe. Mesmo assim, só penso em estudar o que estou fazendo agora”. Na hora de compor a personagem, procurou ressaltar a característica que mais lhe saltou aos olhos ao ler a sinopse: a ciumeira. Mesmo assim, confessa que ficou temerosa de que a insegurança da Amanda pudesse transformá-la numa chata aos olhos do público. “Já vieram reclamar comigo dizendo que, às vezes, têm vontade de me bater! Legal, né? Sinal que o meu trabalho está sendo crível, verdadeiro”.

Ainda por causa de sua personagem, Fernanda grava pouquíssimas cenas nos gélidos estúdios do Projac, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Na maioria das vezes, ela dá expediente mesmo em algum cenário paradisíaco do litoral carioca. Com tantas cenas ao ar livre, o figurino da atriz se resume a sumários biquínis. “Tenho certeza de que a proposta do diretor não é simplesmente colocar ninguém de corpo de fora”.

Fernanda sabe o risco que corre de cair nas graças dos sempre atentos editores de revistas masculinas. “Não acho que seja a hora de posar nua. No momento, penso mais em aprimorar meu trabalho como atriz. Ainda tenho muito o que aprender”.



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