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Diretor-clínico do Hospital Perimetral é investigado
Por Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
30/06/2004 | 20:42
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A Polícia Civil vai instaurar inquérito para investigar se houve negligência médica do Hospital Perimetral e do médico Cincinato Lourenço Filho, diretor-clínico do hospital, na morte da filha de Solanja Dezidério Ferreira, 40 anos. A criança nasceu morta no dia 19 de junho, após a mãe aguardar por oito horas pela realização do parto. O caso está registrado no 1º Distrito Policial de Santo André, onde, segundo o delegado-assistente Marcos Alexandre Catani “vários” inquéritos contra o médico já foram instaurados.

“Não foram apenas denúncias de negligência médica. Tivemos casos de lesão corporal culposa, omissão de socorro e até um por falsificação de documentos que envolveu um fiscal da Prefeitura (de Santo André)”. Devido ao recente rodízio de delegados na cidade, Catani disse que não poderia dar mais detalhes nesta quarta sobre o encaminhamento desses inquéritos. “Mas sei que o médico foi indiciado por atentado violento ao pudor, artigo 240”. O delegado está fazendo um levantamento dos casos.

O Diário tentou por várias vezes falar com Cincinato nesta quarta. No Hospital Perimetral, informavam que ele estava na clínica de Mauá. Na clínica, alegavam que ele estava no hospital. As ligações feitas para o celular do médico não foram atendidas e os recados deixados nos hospitais não foram respondidos. A reportagem também procurou o advogado do hospital, Otávio Assis, mas foi informada de que ele estava no Rio de Janeiro. Para a família de Ana Batriz, a quem Assis prometeu entregar o prontuário médico até esta quarta, a informação foi a de que o advogado estava em Brasília. Com isso, Solanja continua sem os documentos.

De acordo com o delegado-assistente do 1º DP, as denúncias contra o médico são anteriores à mudança de nome do hospital, que se chamava Maria Gorette, para Perimetral. “Houve casos de médicos trabalhando alcoolizados e alguns chegaram a ser afastados.” Duas investigações, na avaliação de Catani, são de maior relevância. “Teve uma, ainda quando era Maria Gorette, sobre uma mulher que alegava que durante o seu parto o médico a xingava e outra, já como Hospital Perimetral, de uma jovem de 20 anos que foi fazer uma cirurgia para retirada de cisto e o Cincinato arrancou seus dois ovários.”

Laranjas – Contratada para a execução da reforma do hospital em 2001, a empresa L.A. Projetos, de Mauá, afirma que ficou sem receber cerca de R$ 68 mil do total de R$ 182 mil orçados pelo trabalho. Segundo informaram os proprietários da empresa, o contrato está assinado por Cincinato, mas como o breve relato informa que o hospital é de outras pessoas, houve dificuldade em conseguir um advogado que abraçasse a causa e movesse ação contra o médico. “Ficamos no prejuízo”.




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