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Para chineses, Brasil ainda não vai impor sanção às importações
03/10/2005 | 08:06
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Apesar do fracasso das negociações entre a China e o Brasil, da pressão do setor privado nacional por algum tipo de proteção contra os produtos de Pequim e da futura publicação de decretos regulamentando as salvaguardas contra os chineses, o governo brasileiro teria garantido à China que não aplicará, por enquanto, sobretaxas contra as importações do país asiático.

"Entendemos que o governo brasileiro não colocará salvaguardas agora, embora saibamos que o Brasil está sendo pressionado por sua indústria", afirmou Sun Zhenyu, embaixador da China na OMC (Organização Mundial do Comércio). Segundo ele, a informação teria sido transmitida por representantes de Brasília aos chineses após o fracasso das negociações entre o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, com as autoridades de Pequim, na semana passada.

Na avaliação do diplomata chinês, os dois países não fecharam os canais de comunicação. "Vamos continuar falando, e as negociações ainda podem avançar", disse o embaixador. Em Genebra, o novo embaixador do Brasil para a entidade, Clodoaldo Hugueney, também defende a continuação do diálogo bilateral. "Acho que precisamos continuar negociando", disse.

O exemplo usado pelo brasileiro é o fato de os Estados Unidos já estarem na quinta rodada de negociações com os chineses sobre o mesmo tema: as salvaguardas aos produtos de Pequim, principalmente no setor têxtil. Tanto norte-americanos como chineses esperam encontrar soluções para o aumento das exportações do país asiático.

Hugueney, porém, alerta que uma solução entre Brasil e China deve ser encontrada logo. "Caso contrário, a pressão aumentará muito para que medidas sejam implementadas", afirmou, se referindo ao lobby feito pelos setores produtivos brasileiros para que algum tipo de salvaguarda seja aplicada.

O próximo passo no Brasil será a publicação dos decretos que regulamentam o uso das salvaguradas contra a China. Para Hugueney, isso abre a possibilidade para que os setores entrem com os processos para serem avaliados. Mas admite que, antes de que uma sobretaxa seja autorizada, haverá um período de negociações com os chineses em cada um dos casos levados pelo setor privado brasileiro. "Isso está previsto para poder preservar a relação entre os dois governos", explicou o representante do Itamaraty.




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