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MP vai apurar pagamento de R$ 3,2 milhões em Mauá
Por Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
28/10/2005 | 08:22
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Os promotores do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional contra o Crime Organizado) pedirão à Prefeitura de Mauá cópia do relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para estudar a denúncia de que a administração pagou, na gestão de Oswaldo Dias (PT), R$ 3,2 milhões à empresa Giagui sem comprovar execução de supostos serviços de recapeamento, além de apurar o possível envolvimento de Valdirene Dardin, ex-secretária de Finanças presa preventivamente na cadeia de São Bernardo, acusada de retirar R$ 230 mil de conta bancária do Executivo entre 2003 e 2004.

Segundo o Tribunal, que em julho deste ano realizou auditoria nas contas de 2004 da administração de Dias, a Prefeitura pagou à Giagui S/A Terraplenagem e Pavimentação R$ 430 mil em 23 de setembro e R$ 2,8 milhões em 7 de dezembro de 2004, mas não há notas fiscais que justifiquem as despesas. A Giagui prestou serviços à administração entre 1993 e 1996, e a prefeitura à época – gestão de José Carlos Grecco (PSDB) – encaminhou termo de recebimento de obras.

Segundo o TCE, este processo estava sem instrução e foi desarquivado em 2000 e rearquivado em 2004, ano em que os R$ 3,2 milhões foram pagos. Ainda segundo a auditoria, desarquivamento e arquivamento foram pedidos por Valdirene.

O MP estranhou a movimentação. "Num primeiro momento, não vejo razão plausível para que um processo fique desarquivado tanto tempo sem qualquer ato administrativo", avalia a promotora de Mauá Adriana Ribeiro Soares de Morais. Os auditores do TCE constataram que em 2001 e 2002 não havia restos a pagar em nome da Giagui na lista de fornecedores. Em 2003, a empresa sequer figurava no cadastro de movimentação de credores da Prefeitura.

Procurado pelo Diário para comentar o caso, Dias não retornou às ligações da reportagem, apesar de ter prometido que se pronunciaria a respeito na quinta-feira. O Diário também procurou o atual diretor presidente da Giagui, João Paganini, mas não conseguiu contato. O advogado de Valdirene, Ariovaldo Chacur, explicou que a quinta foi um dia movimentado na cadeia de São Bernardo e que não pôde falar com sua cliente.




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