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Construtora ou banco, qual vale a pena?
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
16/10/2007 | 07:00
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Em meio à forte expansão do mercado imobiliário, os interessados em adquirir imóveis têm a opção de recorrer ao financiamento bancário ou fazer a aquisição direto com a construtora. A melhor alternativa depende de alguns fatores, segundo entidades ouvidas pelo Diário.

Menor burocracia e menos exigências de documentação são vantagens oferecidas por construtoras e incorporadoras, enquanto os prazos mais extensos e juros mais amenos – sobretudo no caso de imóveis de menos de R$ 350 mil – garantem a atratividade das linhas do sistema bancário.

“Acima de R$ 350 mil, o financiamento fica fora do SFH (Sistema Financeira da Habitação), e as taxas de juros dos bancos são superiores a 12% ao ano”, afirma a economista Hessia Costilla, da Pro Teste Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.

“No caso de imóveis de alto padrão, pode ser favorável recorrer diretamente às construtoras, mas para quem vai adquirir o primeiro imóvel a melhor opção talvez seja o financiamento bancário”, disse a diretora regional do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), Rosana Carnevalli.

A executiva salienta que as empresas do setor são mais flexíveis para negociar – inclusive aceitando outro imóvel como parte do pagamento.

No entanto, os bancos já dispõem de financiamento de até 30 anos (360 meses) com juros de 9% ao ano mais TR (Taxa Referencial), o que torna as prestações mais acessíveis. Já as empresas da construção oferecem no máximo 150 meses e trabalham com 12% ao ano mais IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado).

Após as chaves - Quando adquire o imóvel na planta, o consumidor pode parcelar com a empresa responsável pelas obras o valor de entrada (de 20% a 30% do total) até a liberação do habite-se. Depois, pode recorrer ao sistema bancário. “O banco só financia imóvel pronto”, afirma a economista da Pro Teste.

Alongamento - O Banco Santander passou a financiar a partir desta segunda-feira a casa própria por até 30 anos, maior prazo oferecido pelos bancos privados. Oferece taxa de 9% ao ano mais TR por todo o período (para imóvel de até R$ 120 mil). Apenas a Caixa Econômica Federal tem linha por período e taxa similares, aberta recentemente (em agosto último).

Para o diretor da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira, há uma tendência de alongamento dos prazos e redução dos juros, em função da Selic (taxa básica do Banco Central) em retração e da expansão do crédito. “Quem puder esperar, vai encontrar condições cada vez melhores”, disse.

Por conta do cenário favorável, a expectativa do Santander é duplicar sua carteira de financiamento imobiliário em 2007. Em 2006, foram R$ 1,5 bilhão, e neste ano, o objetivo é ofertar R$ 3 bilhões.

O banco teve crescimento de 131,7% nessa área no primeiro semestre.




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