O desconto era criticado por alguns parlamentares sob o argumento de que as ligações para celulares são para uso profissional. O vice-presidente da Câmara, vereador Edinho Montemor (PSB), aprovou a iniciativa de Tavares, mas afirmou que recomendará ao presidente que seja estipulado um teto para os gastos, como acontece em Diadema, onde os parlamentares podem gastar até R$ 50 por mês. O que exceder a este limite o vereador tem de pagar.

“Muitas vezes, nossas assessorias nos ligam no celular para nos localizar. Não existe abuso. Até mesmo nossos interurbanos são a trabalho. Fazemos consultas a outros municípios para elaborarmos projetos”, afirmou Edinho.

Ele disse que, no último mês, teve de arcar com R$ 38 de ligações para celulares e interurbanos. “Só utilizamos em necessidades”, afirmou.

A vereadora Ana do Carmo (PT) disse que hoje o celular se tornou algo comum na sociedade e, por isso, é fundamental em muitas ocasiões, entre elas no exercício da profissão. “Hoje nós temos de pagar do nosso próprio bolso.”

O vereador Orlando Morando (PSB) aprovou a atitude do presidente da Casa de não mais descontar os telefonemas do salário dos parlamentares. “Eu já havia cobrado isso do Tavares. Hoje, o celular é a coisa mais normal do mundo. É injusto nós pagarmos a conta sendo que as ligações são a trabalho. Atualmente, 90% das pessoas se comunicam por celular. Se tornou algo natural”, disse Morando.

Ele acrescentou que, no último mês, foram descontados de seu holerite R$ 16 de uso do telefone fixo para celular. “Não dá para pagar para trabalhar”, afirmou.

O presidente da Câmara afirmou que já deu orientação aos funcionários da Casa para não mais cobrar as ligações para celular a partir deste mês.

Ele também entende que hoje o celular se tornou uma necessidade em determinadas ocasiões. “O celular virou um meio de comunicação importante na sociedade”, disse Tavares. Mas, quanto às ligações interurbanas ele afirmou que continuará cobrando dos vereadores.

O vereador Aldo dos Santos (PT) disse que é preciso ter um controle das ligações em cada gabinete para que não haja abusos. “É preciso controlar, porque trata-se de uma verba pública e todo cuidado é pouco”, afirmou Aldo.

A Câmara de São Bernardo apresenta duas opções de comunicação por telefone. Há um PABX (4331-4200), operado por uma telefonista que transfere as ligações para os gabinetes e também os telefones diretos dos parlamentares. Os telefones dos gabinetes possibilitam, ainda, deixar recado por meio de secretária eletrônica.

Além de secretária eletrônica, alguns aparelhos da Câmara têm viva voz e bina, recurso que permite identificar as chamadas recebidas.