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Voo 447 e o que é preciso mostrar

Esqueça Nelson Jobim: de tudo o que ele disse, a única coisa correta é que é ministro da Defesa - e oremos para que o Brasil continue vivendo em paz

Por Carlos Brickmann
07/06/2009 | 00:00
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Esqueça Nelson Jobim: de tudo o que ele disse, a única coisa correta é que é ministro da Defesa - e oremos para que o Brasil continue vivendo em paz. Esqueça a possibilidade de que haja sobreviventes: ninguém resiste a uma queda de 11.000 metros de altura no mar. E restos de sobreviventes, como disse o ministro Jobim? É mais piedoso que esqueçamos sua triste impropriedade verbal.

O que há de mais importante na tragédia do voo 447 da Air France envolve o projeto do avião, o A-330 da Airbus (e também o A-340). Estes jatos ultramodernos são, na prática, pilotados por computadores (todos redundantes, ou seja, há mais de um para fazer o mesmo serviço, teoricamente prevenindo eventuais falhas). O piloto comanda os computadores que comandam o avião.

E quando os computadores começam a divergir entre si? Já aconteceu, e mais de uma vez, como mostra o especialista em aviação Gianfranco Beting, no portal Jetsite (www.jetsite.com.br/): o problema atingiu, há menos de um ano, a empresa aérea australiana Qantas e a também australiana Jetstar. No caso da Qantas, as oscilações do avião provocaram dezenas de feridos.

Vale a pena ler, na íntegra, a análise de Gianfranco Beting: está no endereço http://www.brickmann.com.br/artigos.php e traz ampla informação sobre os casos da Qantas e da Jetstar. E mostra que mesmo um equipamento de última geração, com a mais avançada tecnologia disponível, capaz de trazer múltiplas soluções, é também capaz de gerar, ao mesmo tempo, novos e graves problemas.

COMO É NO PRIMEIRO MUNDO
Cinco ministros ingleses já renunciaram; há forte pressão para que o primeiro-ministro Gordon Brown renuncie também (se não renunciar, os cardeais do partido e boa parte da bancada tentarão destituí-lo).

Motivo: despesas indevidas. Houve gente gastando dinheiro público para adubar seus jardins, consertar suas piscinas - não parece que já vimos este filme? Só o final é diferente: lá, os responsáveis se sentem obrigados a renunciar.

DIVIRTA-SE
É hoje, às 21h: Astolfo Barroso Pinto, ou Rogéria, 66 anos, "o travesti da família brasileira", com aventuras na memória e língua afiadíssima para contá-las, está no programa FrenteVerso, de Marco Lacerda, na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte (www.inconfidencia.com.br). Rogéria critica os gays, conta que já quiseram lançá-la à Presidência ("imagine, transformar o Palácio em Casa Rosada"), mas recusou: "Sou uma mulher séria".


CADEIRAS VAZIAS
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou projeto do senador Pedro Simon, do PMDB gaúcho, que exige "reputação ilibada" e "idoneidade moral" dos candidatos a cargos eletivos. Mas enfrenta um problema: por lei, todas as vagas do Congresso têm de ser preenchidas.

CUECA HETERODOXA
O cidadão é estrangeiro, com passaporte português, e certamente entendeu mal os costumes brasileiros. Recheou as cuecas com cocaína e acabou sendo preso no aeroporto de Natal (RN), de onde pretendia embarcar para a Europa. Deve ter imaginado que, como aquele rapaz flagrado com dólares clandestinos na cueca, não teria problemas com a Justiça. Só que não é assessor de parlamentar. Está sujeito, se condenado, a uma pena de até 15 anos.

FALSA BOA IDEIA
Houve briga entre torcedores do Vasco e do Corinthians, um corintiano foi morto, um ônibus vascaíno foi incendiado. Foi o que bastou para que autoridades voltassem à tese da torcida única: ao menos nos grandes jogos, só seriam admitidos os torcedores do clube mandante. E por que é uma falsa boa ideia? Primeiro, porque uma das coisas gostosas do futebol é chatear (pacificamente) os adversários perdedores. Segundo, porque não resolve nada: a briga entre as torcidas, neste caso, ocorreu bem longe do estádio. Hoje, as torcidas costumam combinar pela internet o lugar onde vão brigar. E aí, de que adianta só uma torcida no estádio?

UMA BOA IDEIA
Os ingleses, não faz muito tempo, tiveram sérios problemas com os hooligans, vândalos que iam ao estádio só para brigas e quebra-quebras. O problema acabou. Como é que os ingleses fizeram? Que tal adaptar sua solução ao Brasil?

COPA FEDERAL
E, por falar em futebol, tudo encaminha para que a abertura da Copa de 2014 seja em Brasília, onde há estádios que podem ser modernizados com facilidade e a rede hoteleira é grande. Em São Paulo, o Morumbi é muito contestado (o São Paulo já contratou até uma empresa estrangeira de arquitetura esportiva para analisar a atualização de seu estádio); e Belo Horizonte tem rede hoteleira pequena. Haverá jogos nas duas capitais, mas dificilmente o de abertura.




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