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Fabricação de autos cresce 20,9% no 1º quadrimestre

Aumento foi registrado de janeiro a abril; foi a primeira alta para o período desde 2013

Por Gabriel Russini
Especial para o Diário
06/05/2017 | 07:17
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Nario Barbosa/DGABC


A fabricação de veículos registrou aumento de 20,9% no primeiro quadrimestre de 2017 na comparação com o mesmo período do ano passado. É a primeira alta desde 2013, ano em que as montadoras atingiram o ápice de sua operação no País.

À época, o total produzido havia atingido a marca de 1,214 milhão de unidades de janeiro a abril. No mesmo intervalo neste ano, foram somadas 802 mil, superando 2016, que verificou 663 mil veículos – o pior desempenho registrado desde 2004. Os dados incluem carros de passeio, comerciais leves (picapes e utilitários), caminhões e ônibus e foram divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Levando em consideração apenas os dados de abril, houve redução de 18,8% no número de veículos fabricados em relação a março, que verificou a produção de 235,4 mil autos. Porém, na comparação com o mesmo mês em 2016, houve aumento de 11,4% na fabricação, passando de 171,5 mil para 191,1 mil unidades.

Em abril de 2013, para se ter ideia, saíram das fábricas 352,3 mil veículos, o que significa que 489 unidades foram feitas a cada hora. No mês passado, essa proporção caiu, atingindo 265 unidades por hora. Mas, na comparação com o ano passado, o número é melhor, já que há 12 meses saíram das montadoras a cada 60 minutos 237 veículos.

Apesar da alta no número de unidades fabricadas, entretanto, vale ressaltar que as vendas não seguiram pelo mesmo caminho. Em abril, de acordo com o levantamento mensal da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o mercado apresentou retração de 17,02% nos licenciamentos, ao passar de 189.143 para 156.933 unidades comercializadas. Já em relação a igual intervalo em 2016, o resultado foi 3,63% menor.

Para o presidente da Anfavea, Antonio Megale, o número de dias úteis de abril (18) acabou atrapalhando o desempenho do setor automotivo em geral. “Acreditamos que em maio, que terá 22 dias úteis, o resultado será mais satisfatório”.

Em contrapartida, apesar do baixo número de dias úteis, o resultado diário de abril foi melhor, cerca de 7% maior do que na mesma época em 2016 e 6% superior ao registrado em março, que teve 23 dias úteis. Megale também aproveitou para defender a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária. “Elas representam modernização da legislação, dão mais segurança jurídica para as empresas e um equacionamento das contas da Previdência, que não fecham.”

A indústria automotiva fechou abril com 216,4 mil veículos nos pátios e concessionárias, o que, considerando o ritmo atual de vendas, demorariam 41 dias para serem esvaziados. Em março, eram 220 mil em estoque, volume cuja expectativa para desova era de 35 dias.

EXPORTAÇÕES - No primeiro quadrimestre deste ano, 232,2 mil unidades foram para outros países. Na avaliação de Silvio Paixão, professor da Fipecafi, os resultados de 2017 só não estão piores em razão das exportações. “Se depender do volume interno, estamos em maus lençóis, pois 30% do nosso mercado é dependente de fora.”

Para Paixão, caso o volume de janeiro a abril se mantenha pelo resto do ano, o resultado será melhor. “Podemos chegar a 700 mil veículos exportados, contra os 520 mil de 2016 e alcançar 2,4 milhões de unidades na produção total.” 




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