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Antes e depois do vento
Por Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
13/12/2009 | 07:06
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Na terça-feira (15), faz 70 anos que os voluntariosos Scarlett O'Hara e Rhett Butler beijavam-se pela primeira vez nas telonas. O romance épico E o Vento Levou, protagonizado graciosamente por Vivien Leigh e Clark Gable, não foi apenas uma grande história. "A principal barreira que se quebrou com este filme foi o nível de exigência do espectador, que depois de ver do que o cinema era capaz, passou a querer mais do seu filme do dia a dia. O cinema naquela época era um entretenimento barato e muito popular", pontua o crítico de cinema Christian Petermann.

No fim de semana de estreia, o longa quilométrico (são quase 4 horas de duração) arrecadou US$ 945 mil. Hoje, ocupa a 115º colocação das maiores bilheterias de todos os tempos, com um montante de US$ 390 milhões (o primeiro lugar ainda pertence a Titanic, com US$ 1.835 bilhões).

O nascimento desse clássico, explica Petermann, é uma somatória "feliz". A lista de fatores é longa: a química inegável entre Vivien e Gable, o roteiro baseado em romance cheio de altos e baixos, inspirado no best-seller de Margaret Mitchell lançado três anos antes, a trilha de Max Steiner, o tom patriótico e as cenas grandiosas, com cenários bem elaborados e centenas de figurantes. Fatos até então inéditos. "À época, com espectadores ainda um tanto inocentes, não havia como não se arrebatar diante do espetáculo", explica o crítico.

O filme nasceu em um contexto bastante fértil em termos de grandes produções. Os clássicos O Mágico de Oz e No Tempo das Diligências também são de 1939. Foi lançado por um grande estúdio - a MGM - mas quem carregou o filmão nas costas foi o produtor David O. Selznick, que comprara os direitos do livro um mês após seu lançamento.

Ambientado na guerra civil, conta a história de amor da mimada Scarlett e do rude capitão Butler. As frases tornaram-se célebres. Da boca de Clark Gable, a mais citada é: "Francamente, querida, eu não dou a mínima". Já Vivien protagonizou a célebre: "Com Deus por testemunha, nunca mais vou passar fome".

Selznick teve de administrar diversas crises durante as filmagens, com locações na Georgia. Embora Victor Fleming (de O Mágico de Oz) assine oficialmente como diretor, outros dois o antecederam. Um deles, George Cukor, teria sido vítima da implicância de Gable. A contratação de Vivien também foi envolta em mistério. Sua beleza e talento eram evidentes, mas a inglesa era conhecida mais por ser a parceira de Laurence Olivier. Depois de visitar o set, fez um teste e bateu Paulette Godard e Katherine Hepburn, entre outras 400 candidatas.




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