Os altos juros e escassez de crédito tem sido apontados como os principais entraves para a retomada do crescimento econômico após a crise financeira internacional. Empresários de diversos setores aguardam medidas com foco em redução do custo do dinheiro como forma de alívio do pessimismo instaurado.

"Só corte na taxa básica não resolve. O risco aumentou e os bancos continuam preferindo investir em títulos do Tesouro", lamenta Shotoku Yamamoto, diretor geral da regional de Santo André do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Para Yamamoto, o apoio às pequenas e médias empresas devem constar da lista de prioridades do governo federal. "Precisamos voltar a investir em produção."

No entanto, para que o esforço seja válido, torna-se fundamental a facilitação do crédito para o consumidor, que gera a demanda e força a atividade da economia. "As medidas já tomadas ainda não trouxeram o retorno necessário. Linhas de crédito para o consumo de bens duráveis devem fazer a economia girar", afirma Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios.

O papel dos bancos públicos, na visão de Leite, torna-se fundamental retomada do consumo. "Se os bancos estatais fizerem uma oferta maior de crédito, haverá cada vez mais pressão sobre os privados, provocando queda nos juros", relembra."