Durante o discurso oficial como prefeito eleito de Diadema, Mário Reali (PT) defendeu uma articulação regional entre os sete chefes do Executivo no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, entidade que completou 18 anos em dezembro. Antes, no entanto, o petista disse que o consórcio tem de se consolidar "de verdade".

"Precisamos ter foco com o que queremos e conversar com os outros seis prefeitos. Não dá para pensar em implementação de bilhete único isoladamente, assim como Segurança", afirmou Reali, que não deve ser o escolhido para comandar o Consórcio Intermunicipal neste ano (o favorito é o petebista José Auricchio Júnior, de São Caetano).

Além do foco regional, o novo prefeito falou em continuidade das políticas públicas desenvolvidas por seu sucessor e mestre José de Filippi Júnior (PT), que repassou a faixa da administração, nas cores da cidade (azul e branco), para Reali. "Espero ser merecedor dessa faixa, que já começo a sentir o seu peso", brincou.

A cerimônia de posse ocorreu no salão de festas do Centro Cultural Okinawa, que se manteve praticamente lotado o tempo todo - foram quase seis horas de atividade.

Com a presença dos deputados federais petistas Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), e Paulo Teixeira (PT), além de Jorge Hereda, vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Reali aproveitou e mandou um recado para o representante do banco. "Já em janeiro, estarei batendo na sua porta para buscar recursos", disse o prefeito, sem detalhar para quais investimentos.

ADEUS
Em discurso de despedida, Filippi - que disse que a partir de agora atuará como engenheiro civil - mais uma vez fez uma mea-culpa do PT. "Já fomos mais presunçosos. Estávamos sempre acima do bem e do mal, mas aprendemos com a política de participação", disse o ex-prefeito, que encerrou 12 anos de trabalho na administração municipal.

"Estou feliz hoje (ontem). E entrego essa responsabilidade para o Mário, um militante sempre à disposição e companheiro. Conheço a sua integridade e sei que administrará muito bem as finanças da cidade", disse Filippi.

Reali agradeceu e disse que terá um controle dos gastos de acordo com o equilíbrio financeiro. "Na próxima quarta-feira, farei a primeira reunião com os secretários. E começarei agora a visitar os equipamentos públicos", disse, sem revelar por quais começará.

Maninho é eleito presidente do Legislativo por unanimidade

Por unanimidade e chapa única, os 17 vereadores elegeram Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), como presidente da Câmara de Diadema. O petista terá na mesma mesa representantes do PV, PMDB, PSDB e PSB, os dois últimos da bancada da oposição.

O primeiro ato do presidente eleito será abrir a reunião semanal da mesa diretora para a imprensa, o que está previsto no regimento interno da Casa. "Só colocarei a lei em prática", disse Maninho, que em 2003 também teve votação unânime e comandou o Legislativo pela primeira vez.

Além de Maninho, a mesa será composta pelo primeiro vice-presidente, Milton Capel (PV), ao lado de Cida Ferreira (PMDB), segunda vice-presidente. Wagner Feitosa, o Vaguinho (PSB), assumirá como primeiro secretário; seguido de Irene dos Santos (PT) e Márcio Paschoal Giudicio, o Márcio da Farmácia (PSDB), o vereador mais votado da cidade e que estréia no Legislativo, respectivamente, segundo e terceiro secretários.

O discurso de lançar chapa de oposição, após oito anos fora do processo eleitoral, não saiu do papel. "Vejo a composição dessa chapa como amadurecimento da Câmara. Nosso objetivo é fazer um Legislativo com total independência do Executivo", disse Vaguinho.