Em busca de oferecer um visual mais tropical a seus modelos, a Renault inaugurou em São Paulo o RDLA (Renault Design América Latina). Localizado nos Jardins, o centro, com cerca de 400 m², é o primeiro da montadora nas Américas – atualmente há outros em Barcelona (Espanha), Seul (Coréia do Sul), Paris (França), Mumbai (Índia) e Bucareste (Romênia).

 “A criação do RDAL está em linha com os objetivos de potencializar nossas operações na América Latina. Uma vez perto do mercado e atentos às suas tendências, podemos trabalhar com mais agilidade e eficiência para atender às demandas específicas do consumidor da região”, explicou Jérôme Stoll, presidente da Renault do Brasil e diretor geral da Renault Mercosul. “Estamos criando condições para que a Renault se torne uma referência em design para o consumidor latino-americano.”

 A decisão de instalar um centro de design no Brasil, entretanto, tem suas razões. Além do setor automotivo no País crescer de forma sólida e com números impressionantes, o avanço da própria Renault por aqui é significativo. No ano passado foram comercializados 43% mais carros da marca em comparação com 2006. Em março deste ano, a Renault bateu seu recorde de vendas ao negociar 9.293 unidades. E só para completar: a expectativa da montadora é de que em 2008 sejam negociados 40% mais carros da marca do que no ano passado.

 Com somente dez funcionários de quatro nacionalidades diferentes, entre designers, engenheiros e assistentes, o RDLA não tem autonomia para desenvolver um carro 100% brasileiro. De acordo com Patrick Lê Quement, vice-presidente de Design do Grupo Renault, isso só será possível quando a marca “tiver 20% do mercado brasileiro”. Um sonho ainda bastante distante de ser realizado já que, no acumulado de janeiro a março deste ano, a marca obteve somente 4,04%. No ano passado, sua fatia foi ainda menor: 3,14%.

BARATINHO

 Durante a apresentação do RDLA, executivos da Renault revelaram que no centro de design na Índia está sendo desenvolvido um carro com custo de produção de US$ 3.000. Mas, ao contrário do Tata Nano, veículo indiano mais barato do mundo, a montadora francesa quer dar mais robustez, potência e design agradável ao seu projeto. Previsão de chegada no Brasill? Nenhuma.