Política Titulo Eleições
Demanda preocupa Rio Grande
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
26/08/2008 | 07:11
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A Prefeitura de Rio Grande da Serra centra as ações na Educação Infantil e tem encontrado dificuldades para atender à crescente demanda no município. Atualmente, o déficit nas creches é de 132 vagas.

A Secretaria de Educação do município conta com quatro unidades escolares que trabalham com creches. Nestes locais são atendidas 264 crianças de zero a 6 anos, divididas em berçário (até 2 anos), mini-grupo (até 4 anos) e pré-escola em período integral (6 anos).

Fora as creches, são outras 1.071 crianças entre 4 e 6 anos que estudam nas três fases da pré-escola municipal, em seis unidades escolares. Os ensinos Fundamental e Médio ficam a cargo apenas do Estado.

Com um orçamento municipal de R$ 5,6 milhões, mais R$ 1,22 milhão do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), o município menos populoso do Grande ABC luta para ampliar a rede de ensino municipal, e tem encontrado dificuldades neste sentido. "A disponibilização de recursos é o principal problema que temos enfrentado por aqui, embora muito esforço tenha sido feito neste sentido", explica a secretária Aida Jardim Teixeira.

A secretária de Educação afirma ainda que recentemente participou de eventos em âmbito nacional e constatou pessoalmente que a falta de vagas no Ensino Básico é um problema que aflige o País todo. "Posso assegurar que a nossa situação não é tão grave como a de outros lugares", diz.

Em Rio Grande da Serra, a melhora na qualidade de atendimento nos últimos tempos teria feito com que a procura por um espaço para se deixar a criança aumentasse ainda mais. "Hoje, os pais têm deixado creches particulares para colocar os filhos na rede municipal", afirma.

O que é motivo de orgulho para a secretária também traz preocupação, representada no número de pessoas que procuram o serviço sem conseguir atendimento. "São 132 pessoas que buscam as vagas efetivamente, mas outras talvez não nos acionem por morarem em locais distantes."

Para resolver parcialmente o problema, a Prefeitura pretende colocar à disposição em, no máximo, dois meses, prédio locado recentemente que deve atender a aproximadamente 30 crianças. "Representa 25% do nosso déficit", aponta Aida.

1- A Prefeitura de Rio Grande da Serra pretende construir escola com conceito de "bio-arquitetura" (não agressiva ao meio ambiente) no Parque América. O bairro cresceu como loteamento irregular em área de proteção ambiental, mas hoje é reconhecido pelo Poder Público. Serão 600 metros quadrados de construção em terreno de mais de 24 mil metros quadrados.

2- Projeto da Secretaria de Educação do município oferece 200 vagas em curso de robótica para jovens do Ensino Fundamental. A iniciativa conta com boa aceitação entre a população e tem como objetivo estimular o futuro ingresso no mercado de trabalho do adolescentes de escolas estaduais.

3- O menos populoso dos municípios do Grande ABC é também o único que não conta com instituições de ensino superior na região. Com quase 40 mil habitantes, a cidade vê aproximadamente 2 mil jovens encerrarem o Ensino Médio todos os anos sem a opção de seguir estudando próximo de casa.

Creche deve atender só crianças menores de 4 anos

A Secretaria de Educação do município já trabalha com um projeto que deve liberar grande número de vagas nas creches. Para isso, pretende apenas seguir aquilo que já está previsto na legislação federal, atendendo somente crianças até os quatro anos.

Atualmente, Rio Grande da Serra recebe também aqueles que têm até seis anos. "É um entendimento antigo, mas que precisa mudar", explica a secretária Aida Jardim Teixeira.

Para não penalizar as famílias, a Prefeitura deverá transferir as crianças para as pré-escolas do governo estadual. Isto, porém, ocorrerá somente com aqueles que entrarem a partir de agora. "Os demais serão atendidos normalmente até os seis anos", afirma.

A secretária diz ainda que nos últimos tempos houve uma mudança na forma de atendimento às crianças. "Fazemos uma abordagem educacional, não assistencialista."




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