Política Titulo Pedido
Em Diadema, Gilson
cobra reconhecimento

Para o vice, o futuro da sigla seria diferente não fosse sua
gestão; ele foi o primeiro prefeito eleito pelo PT, em 1982

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
26/12/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


Próximo de encerrar mais um mandato, o vice-prefeito de Diadema, Gilson Menezes (PSB), pede mais reconhecimento do PT, principalmente para incluí-lo nos projetos futuros da sigla. "Estou nessa expectativa. Lanço esse desafio ao PT. Que reconheça tudo que eu fiz pelo partido."

Gilson foi o primeiro prefeito eleito pelo PT, em 1982, dois anos depois da fundação do partido. "Sem falsa modéstia, talvez, se não fosse meu governo, o PT poderia não estar tão forte como está hoje", salienta o socialista, que deixou a legenda em 1987 após desentendimentos com José Augusto da Silva Ramos (atualmente no PSDB) e com José de Filippi Júnior (PT).

O vice de Mário Reali (PT) exerceu dois mandatos de prefeito e foi deputado federal e estadual. Sua intenção não passa necessariamente por disputar mais uma eleição - desde 1982 não apareceu nas urnas somente em 1992, quando foi impedido de concorrer ao Paço pela Justiça Eleitoral devido à rejeição de contas de sua administração. Gilson avalia que poderia percorrer o País contando experiências políticas vividas há três décadas.

Uma das histórias que gostaria de levar é a do dia de sua primeira posse, quando teve de abandonar o Fusca oficial da Prefeitura quase 300 metros antes do Clube Okinawa (onde era realizada a cerimônia) porque a rua sem asfalto estava cheia de lama pela forte chuva que caía no dia.

"Político nunca pode dizer que não será mais candidato. Mas esse não é meu objetivo de vida", avalia o socialista. Dentro do PSB, há quem defenda que ele concorra a cargo público em 2014. A vaga dependeria do cenário nacional, principalmente se o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), lançar candidatura presidencial, o que, em tese, facilitaria a empreitada do ex-prefeito.

Apesar da cobrança ao PT, Gilson diz que o projeto pode ser encampado no PSB, sigla aliada do petismo em âmbito nacional e que fará parte da administração de Fernando Haddad (PT) em São Paulo. "Em 40 anos de vida pública, junto com movimentos sindicais, eu jamais desabonei o PT. Essa mancha eu não tenho", afiança.

 

JARRO

Gilson passou os quatro anos do governo Reali em segundo plano. No início da gestão, fez cirurgia para controlar a diabete e se ausentou por quase um mês do Paço. Depois disso, passou a ser preterido nas discussões do bloco governista. Tanto que, em entrevista ao Diário, se declarou como "jarro" dentro da Prefeitura por ser subutilizado pelo PT.

Toda a polêmica foi levada na montagem da chapa majoritária para a reeleição. Partidos aliados defendiam a troca do vice, alegando que Gilson pouco teria a agregar na tentativa de Reali de renovar seu mandato. O socialista mostrou força nos bastidores e, com aval do prefeito, manteve-se como número dois da chapa.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;