Em mais uma noite violenta, cinco pessoas morreram e outras três ficaram feridas no bairro Tamarutaca, em Santo André. Segundo a polícia, as vítimas aparentavam ser viciadas em crack e consumiam drogas nas ruas antes de serem alvejadas por tiros de espingardas calibre 12. Os cadáveres apresentam sinais de execução.

O primeiro ataque ocorreu por volta das 22h de quinta-feira, na esquina das ruas Fernando de Noronha e Maquiavel. Três vítimas morreram no local. Dessas, apenas uma foi identificada, já que as outras não portavam documentos. Aguinaldo Nascimento Silva, 41 anos, era usuário de crack e estava desaparecido havia alguns dias, segundo depoimento da mulher à Polícia Civil. Outra pessoa com identidade desconhecida chegou a ser socorrida com um tiro na cabeça, mas morreu no hospital.

Uma hora depois, duas pessoas foram baleadas a poucos metros do local do primeiro crime. Um homem não identificado morreu na hora, enquanto Robson Santos de Paula, 32, foi socorrido ao CHM (Centro Hospitalar Municipal).

Os sobreviventes foram alvejados em regiões do corpo como glúteo, punhos, joelhos e fêmur. Segundo testemunhas, os disparos foram efetuados por três homens que saíram de um carro vermelho. Foram apreendidos cartuchos deflagrados e intactos de arma calibre 12, cachimbo e pedras de crack.

A chacina ocorreu um dia após um policial militar ser alvejado por quatro tiros quando saía de casa no Jardim Las Vegas, também em Santo André. O soldado foi resgatado e não corre risco de morrer. Na semana passada, um militar foi morto em São Bernardo.

O delegado seccional de Santo André, Guerdson Ferreira, afirma que ainda não há pista dos autores dos homicídios, mas não descarta o envolvimento de policiais militares. "Ainda não temos uma linha de investigação definida. Por enquanto, nada está descartado." O caso será apurado pela Delegacia de Homicídios.

Os cartuchos das espingardas apreendidos apresentavam nomes próprios escritos nos estojos. O delegado não revelou quais eram os nomes gravados.

A tia de um dos sobreviventes internados, que não quis ter o nome divulgado, diz desconhecer o motivo dos ataques. "Ele era sim usuário de drogas e morava na rua há dois anos. Mas era do bem, não fazia mal a ninguém. Agora estou com medo que os autores dos disparos venham atrás de quem não morreu." A Prefeitura de Santo André não informou o estado de saúde das vítimas internadas no CHM.