O último debate entre os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro, ontem à noite, começou com confronto direto e troca de acusações entre os dois principais candidatos. Eduardo Paes (PMDB), que concorre à reeleição, e Marcelo Freixo (PSOL) levaram tensão aos estúdios da TV Globo, que promoveu o evento. O candidato do PSOL foi o primeiro a falar e questionou o prefeito sobre a denúncia publicada no site da revista "Veja" de que seu partido teria tentado comprar o apoio do nanico PTN por R$ 1 milhão.

Freixo chamou o episódio de "mensalão carioca". Paes respondeu classificando o caso como "típico denuncismo de última semana de campanha". Depois lembrou que a chapa de vereadores do partido de Freixo tinha um candidato ligado a milicianos e outro que foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter sido recentemente condenado por assalto a mão armada. Ao concluir a resposta, Paes afirmou: "Eu quero dizer uma coisa ao deputado Marcelo Freixo: nós temos uma história de muita transparência. (...) Quero que esse fato seja esclarecido o mais rápido possível para não ter que ficar ouvindo esse tipo de agressão à nossa candidatura."

Na réplica, Freixo rebateu: "Isso não é uma agressão, é uma satisfação que você é obrigado a dar. Eu sei que você não gosta, pela sua natureza muito autoritária, mas tem que dar satisfação à sociedade." Rodrigo Maia (DEM) também fez ataques a Paes quando questionou Freixo sobre o que chamou de "cartel" de empresas de ônibus na cidade do Rio. Maia e Freixo usaram resposta e réplicas para atacar o candidato do PMDB. Com expressão fechada e fazendo caretas, o prefeito demonstrava estar incomodado e tenso enquanto ouvia as acusações dos adversários.

Os outros candidatos tiveram participação discreta. Otávio Leite (PSDB) e Aspásia Camargo (PV) debateram sobre questões urbanísticas e de gestão. De maneira indireta, ambos também fizeram críticas à administração de Paes. O prefeito é o candidato favorito neste domingo. As pesquisas eleitorais apontam que ele será reeleito no primeiro turno com votação que pode atingir 70% do votos válidos.