Não bastasse o empate com sabor de vitória na terça, diante do Brasil, o México tem contado com uma torcida especial nesta Copa. Mais de 3.000 mexicanos aportaram no País na semana passada para acompanhar a equipe em busca do título inédito. Esperançosos, eles embarcaram no navio MSC Divina com a expectativa de atracar nas cidades de Natal, Fortaleza e Recife, onde o time disputa a primeira fase da competição, e desde então têm respirado o clima do Mundial 24 horas por dia. Isso porque o transatlântico está totalmente adaptado ao tema futebolístico, com bandeiras, faixas, sombreiros – o tradicional chapéu mexicano – e outros adereços que fizeram com que a embarcação ficasse bastante parecida com as ruas de grandes cidades da terra natal dos passageiros, como Guadalajara.
Um dos destaques é o Sports Bar, que foi decorado com camisas de times de futebol da Europa com o nome do MSC Divina nas costas. Até mesmo o Rei Pelé deixou uma camisa autografada do Santos no local. Em volta, telões transmitem diariamente uma programação esportiva.
Todos os torcedores vieram ao Brasil com o ingresso em mãos e estão impressionados com a beleza do País. “Estou muito feliz. Tudo parece maravilhoso. As mulheres são muito bonitas, e tem a comida, o samba, a bossa nova. Se o México não levar a taça, eu torcerei pelo Brasil”, disse o profissional de marketing Geraldo Pina.
Os mexicanos ficaram em Fortaleza até ontem e, agora, seguem a Recife para conferir o confronto contra a Croácia, no dia 23. Antes de atracar na capital cearense, o MSC Divina já havia feito escala em Pernambuco durante alguns dias porque a embarcação não conseguiu ancorar em Natal – onde o México estreou na Copa vencendo Camarões por 1 a 0 – porque é mais alta que a ponte da cidade potiguar. Devido a este imprevisto, os torcedores da terra da tequila tiveram de aportar em Recife e fretar 72 ônibus para assistir ao jogo de estreia no Rio Grande do Norte.
O navio permanecerá fretado pelos mexicanos até o fim do Mundial. Depois da final no Maracanã, começa o embarque dos cerca de 1.700 brasileiros, segundo dados do Concais, que deverão fazer a grand voyage até Miami (Estados Unidos), com início em Santos e chegada prevista para o dia 2 de agosto.
“Mesmo em uma época de baixa temporada, conseguimos, com muito sucesso, realizar essa viagem, que era o sonho de muitos mexicanos. A dinâmica de montar roteiros junto com um evento de porte como a Copa não foi nada fácil. Mas soubemos atender da melhor maneira possível. Foi um grande contingente de torcedores, e eles fizeram uma festa fora do comum”, comemorou o diretor-geral da MSC Cruzeiros para a América do Sul, Roberto Fusaro.
O gigante dos mares, com 1.751 cabines, permanecerá até 16 de julho na costa brasileira, passando pelos portos de Santos, Salvador, Recife, Fortaleza e do Rio de Janeiro. Serão três escalas no litoral paulista, sendo que na segunda (dia 7 de julho) o navio fará dois pernoites.

ESTRATÉGIA
Nos últimos meses, a MSC Cruzeiros mudou sua maneira de classificar cabines e pacotes. Com mais benefícios e alguns serviços de luxo, a armadora passou a indicar as categorias de acomodação por meio de nomes como Bella, Fantástica, Áurea e o sofisticado MSC Yacht Club, cujo conceito seis estrelas de atendimento e hotelaria inclui espaço exclusivo com suítes de alto padrão, bar, lounge, restaurante e piscina privativa, além dos serviços de concierge e mordomo 24 horas. Uma espécie de iate de luxo dentro de um transatlântico. A ideia é vender cruzeiros não como simples roteiros, e sim como experiências únicas em alto-mar. Para tanto, a empresa procura orientar cada perfil de hóspede para atingir a expectativa desejada, com maior coerência entre o valor pago e os serviços adquiridos.
No dia 11 de julho, o MSC Divina volta ao Rio, onde deverá ficar atracado por alguns dias para que os passageiros tenham a oportunidade de conferir o clima da aguardada final no Maracanã antes da partida de retorno aos Estados Unidos, com paradas no Caribe e no Nordeste brasileiro.