Esportes Titulo Vazio
Clássico grande, mas
só dentro de campo

Se antes enchiam estádio, São Caetano e Santo André devem definir futuro com arquibancadas vazias

Por Anderson Fattori
Thiago Bassan
Do Diário do Grande ABC
10/04/2014 | 07:00
Compartilhar notícia
Andréa Iseki/DGABC


Em 1999, mais de dez mil pessoas foram ao Anacleto Campanella prestigiar o clássico entre São Caetano e Santo André, pela última rodada da Série A-2, que acabou com vitória do Ramalhão (1 a 0) e os times morreram abraçados no sonho de subir para a Primeira Divisão. Quinze anos depois, situação bem semelhante, pelo menos dentro das quatro linhas, já que nas arquibancadas o estádio não deve lembrar nem um pouco o daquela época.

Nos últimos anos, São Caetano e Santo André não têm conseguido arrastar muitos seguidores aos seus estádios. Muito em consequência das fracas campanhas, que nos últimos anos derrubaram o Azulão para a Série A-2 do Estadual e para a Série C do Campeonato Brasileiro, enquanto o Ramalhão se mantém na Segunda Divisão estadual desde 2012 e está fora das disputas nacionais nesta temporada.

Na atual Série A-2, o maior público registrado pelo São Caetano foi na 12ª rodada, contra o Catanduvense, quando foi prestigiado por 504 torcedores, enquanto no confronto diante do Grêmio Osasco, válido pela 16ª rodada, apenas 264 pessoas foram ao Anacleto Campanella.

A situação do Santo André é um pouco melhor, assim como a posição do time na tabela. O maior público do Ramalhão foi na 17ª rodada, contra o São Bento, quando 1.633 fãs pagaram para ver o confronto. O pior público do time foi na 10ª rodada, contra o União Barbarense, com 771 pagantes.

Diante deste cenário desanimador, a diretoria do São Caetano, que é o time mandante no clássico de sábado, confeccionou apenas 1.500 ingressos para a partida, que pode levar o Santo André para a elite e derrubar o São Caetano para a Série A-3, prevendo que não irá vender a carga máxima do estádio, que é de 15 mil pessoas. Boa parte dos bilhetes será destinada à torcida do Ramalhão, que ficará no setor localizado atrás do gol do vestiário dos visitantes.

O departamento de comunicação do São Caetano informou que, se houver necessidade, número de ingressos para torcedores dos dois times pode aumentar. Pela procura, porém, isso não deve acontecer, já que poucos ingressos haviam sido vendidos até ontem, primeiro dia de comercialização.

O bilhete terá o mesmo preço para todos os setores do Anacleto Campanella, inclusive o dos visitantes, a R$ 10 (inteira e R$ 5 (meia) – veja na tabela ao lado os locais para a compra antecipada.

Para ter bom número de andreenses no estádio, a diretoria ramalhina disponibilizará quantos ônibus forem necessários para levar os seus seguidores do Bruno Daniel até o Anacleto Campanella. Os coletivos sairão às 8h e não será preciso fazer reserva – o ingresso fica por conta dos torcedores.

Além de ceder os ônibus, os dirigentes do Santo André vão pedir escolta policial para que não haja conflitos no trajeto até o Anacleto Campanella.

Ramalho mostra confiança, mas prega cautela para o dérbi

Confiança não vai faltar no Santo André para o clássico de sábado, às 10h, contra o São Caetano, que pode selar a classificação do time para a elite do futebol paulista. Apesar da situação delicada em que o time se encontra, na qual a vitória não é suficiente para entrar no G-4 da Série A-2, os jogadores adotam discursos semelhantes e prometem vencer para depois conferir o que rolou no restante da última rodada.

Um dos jogadores mais experientes do elenco andreense, o volante Ramalho elogiou a postura do time, que venceu cinco dos últimos seis jogos. “Crescemos na hora certa no campeonato, pois o nosso grupo joga para frente e sempre cria diversas oportunidades durante os jogos. Com a bola todos jogam e sem ela, também”, explicou Ramalho.

Sobre a possibilidade de subir para a Primeira Divisão do Campeonato Paulista, o volante pediu calma aos torcedores, que estão eufóricos com a possibilidade, e lembrou que primeiro o time precisa ganhar de um rival que historicamente sempre impôs dificuldade ao Santo André. “Existe o respeito, pois clássico é um jogo especial. Portanto, o equilíbrio deverá prevalecer nessa oportunidade”, ressaltou Ramalho.

Além de vencer, o Santo André precisa torcer por empates de Mirassol (joga em casa, contra a Ferroviária) e Marília (fora, diante do Guaratinguetá). Caso um dos dois vença, o São Bento precisa perder, fora de casa, para o Catanduvense.

Novato no Azulão, Cleiton já sente o peso da decisão

A semana do clássico diante do Santo André tem sido diferente das demais para os jogadores do São Caetano. O zagueiro Cleiton, que chegou ao clube no início da temporada, já sente na pele o clima que antecede o jogo de maior rivalidade do Grande ABC.

“Os últimos dias têm sido diferentes, atípicos para nós jogadores. Até porque se trata de um clássico decisivo. Nessas horas, a concentração e o foco fazem a diferença. É hora até mesmo de deixar de fazer algumas coisas fora de campo para desempenhar o melhor futebol possível. A nossa equipe trabalha sério todos os dias e vamos colocar em prática no sábado tudo o que o Márcio (Griggio) tem passado para nós”, disse o defensor. Caso não vença o dérbi, o São Caetano dependerá de tropeços dos seus principais concorrentes (Rio Branco, Grêmio Barueri e Itapirense) para não ser rebaixado à Série A-3. Mesmo assim, Cleiton garante que a equipe não está preocupada com a situação dos rivais.

“Temos que fazer a nossa parte, o nosso jogo. E esquecer a situação dos outros times. Já passei por jogos assim, o pessoal fica perguntando qual o placar da outra partida, é um momento tenso. Se a gente pensar nos demais, vamos nos esquecer da gente”, alertou o defensor. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;