Nas últimas três eleições estadual e nacional, apenas um em cada 12 vereadores do Grande ABC conseguiu vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados. Levantamento feito pelo Diário mostra que, nos pleitos de 2002, 2006 e 2010, somente cinco dos 61 parlamentares que buscaram alçar voos mais altos, ou 8,2% deles, foram eleitos.

Apenas Alex Manente (PPS), Ana do Carmo (PT), Giba Marson (então no PV, hoje PEN), Orlando Morando (PSDB) e Vanessa Damo (PMDB), então vereadores, obtiveram êxito nas disputas. Com exceção da peemedebista, que exerceu vereança em Mauá até 2006, todos os anteriores ocuparam os gabinetes da Câmara de São Bernardo. Os outros 57 parlamentares – somando as três eleições – ficaram pelo caminho.

O desempenho dos integrantes de Câmaras que visaram ascensão nos três pleitos fica ainda mais irrisório quando o assunto é corrida por vaga em Brasília. Nenhum dos 15 vereadores que tentaram conseguiu chegar ao Congresso.

Entre as três disputas, a de 2002 foi a mais ‘produtiva’ para os vereadores da região. Dos 24 parlamentares que se candidataram a deputado estadual ou federal naquele ano, três tiveram êxito: Ana do Carmo (67.751 votos), Morando (50,4 mil) e Marson (34.893) – todos estadual.

Em 2006, dois vereadores de primeira viagem viraram deputados estaduais: Manente (60.571 votos) e Vanessa (64.579).

NINGUÉM
Se até então o saldo do Grande ABC foi baixo, mas ainda positivo, em 2010 o desempenho foi reduzido a zero. Há quatro anos, nenhum dos 19 vereadores das sete cidades que disputaram cargos para deputados estadual ou federal foi eleito. Primeira suplente do PV, Regina Gonçalves (PV) assumiu cadeira na Assembleia em substituição a Edson Giriboni (PV), alçado ao cargo de secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos. Então vereadora de Diadema, Regina recebeu 37.618 votos.

Se o atual cenário político se concretizar, 22 dos 142 vereadores da região vão buscar progressão na carreira política neste ano.

ESPECIALISTA
A necessidade de manter um partido ou uma figura política em evidência é um dos fatores que explicam o pífio resultado de eleitos em relação à quantidade de vereadores do Grande ABC que se candidataram a deputados estadual ou federal, sustenta o cientista político Rui Tavares Maluf. “Mesmo sabendo que é difícil, vereadores se candidatam para manter sua visibilidade entre eleitores ou de sua legenda”, afirma. (Colaborou Raphael Rocha)