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Indonésia começa Ramadã em ambiente de medo e ansiedade
Por Da AFP
04/10/2005 | 12:03
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A Indonésia inicia nesta quarta-feira o mês de ritual islâmico de jejum, o Ramadã, em um ambiente de ansiedade pelos atentados de Bali e de tensão social pelo aumento do preço da gasolina. No campo da saúde, o país está enfrenta epidemias de poliomielite, dengue e gripe aviária.

Enquanto os balineses seguem de luto, os indonésios se mostram inquietos pela recente violência e temem as repercussões nos preços dos combustíveis. Mês de abstinência e piedade, o Ramadã é também um período de combate que os partidários da Jihad ('guerra santa') aproveitam para reforçar o ardor guerreiro dos 'soldados de Deus' contra os 'cruzados' e os 'não-crentes'.

O governo indonésio anunciou no sábado um aumento nos preços dos combustíveis, e as autoridades pretendem aproveitar o Ramadã para aprovar uma impopular medida que promete acentuar a inflação. "Ao contrário do ano passado, os muçulmanos da Indonésia começaram o mês sagrado do Ramadã com alegria, mas também sob tristeza", ressalta a revista Pikiran Rakyat.

"Os muçulmanos indonésios se preparam agora para jejuar sob o sentimento de depressão e tristeza", confirmou Ichwan Sam, secretário-geral do Conselho dos Ulemás.

Intelectuais temem que a revolta aumente entre os hinduístas indonésios, que representam 95% da população de Bali e que por duas vezes foram vítimas de atentados nos últimos três anos (em 12 de outubro de 2002 e 1º de outubro de 2005).

O líder religioso indonésio Abu Bakar Bashir, condenado a dois anos e meio de prisão por seu papel nos atentados de Bali de outubro de 2002, criticou nesta terça-feira as sangrentas ações suicidas executadas no sábado na ilha.

"Desaprovo verdadeiramente os atentados cometidos fora das zonas de conflito, independente de suas razões, incluindo os de Bali, porque é praticamente certo que causarão vítimas inocentes", afirmou o religioso.




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