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Roberto é codinome de Frei Chico, irmão de Lula
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
13/06/2007 | 07:00
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Roberto é José Ferreira da Silva, o Frei Chico. O nome veio a público com a divulgação de uma conversa de Genival Inácio da Silva, o Vavá, indiciado por tráfico de influência pela Polícia Federal, que investiga a Máfia dos Caça-Níqueis. Do outro lado da linha estava Roberto, codinome usado por Frei Chico no período da ditadura militar, na década de 1970.

Perseguidos por incitarem manifestações sindicais, Frei Chico e seu irmão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tiveram de se esconder inúmeras vezes para fugir dos militares. Por isso, usavam nomes falsos quando mantinham contato, principalmente por telefone. Lula chegou a ser preso e, pouco depois, na década de 1980, fundou o PT.

A surpreendente ligação de Frei Chico com Roberto foi revelada terça-feira pelo advogado do sindicalista aposentado que mora em São Caetano, cidade na qual a PF conseguiu o grampo telefônico. “Eles sempre brincam assim. Na época da ditadura, era comum telefonar usando um codinome. E o Frei Chico usava o nome Roberto”, explica Iberê Bandeira de Mello.

O advogado, que defendeu Lula no período em que esteve à frente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, não acredita que Vavá tenha praticado tráfico de influência. “Ele não é burro. Não iria fazer algo para prejudicar o irmão. O que Vavá e Frei Chico menos querem é arrumar encrenca para o Lula.”

O defensor também diz que quando Frei Chico (ou Roberto) fala para Vavá sobre “umas broncas” no ministério se referia a uma reportagem. “Ele sabia que estavam preparando uma matéria sobre o Vavá e tentou levar o irmão para conversar com o Lula e pedir orientações. Foi um papo entre irmãos.”

No final da tarde de terça-feira, Frei Chico deixou o Incor, aonde estava internado desde a noite de segunda-feira, após admitir que era ele mesmo no telefonema. O sobrinho Edson Inácio da Silva disse não ter reconhecido a voz do tio na gravação.

Luciano da Silva explicou que a internação do pai foi só por prudência. “Como já sofreu infarto, o levamos até o hospital para fazer exames.”

Ingênuo - Lula saiu terça-feira em defesa de Vavá. Para ele, o irmão está mais para “ingênuo” que para lobista. Disse ter visitado Vavá há 15 dias e que continuará encontrando-o, por se tratar de um “paizão” da família.




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