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Se não dá pra acreditar, é verdade

Tanto Márcio Thomaz Bastos quanto Aldo Rebelo garantiram que o Mensalão nunca existiu

Por Carlos Brickmann
31/05/2009 | 00:00
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1 - Tanto o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, quanto o deputado Aldo Rebelo, do PCdoB paulista, ex-presidente da Câmara Federal, garantiram que o Mensalão nunca existiu. A mulher daquele deputado que ia ao banco pagar a mensalidade da TV a cabo e saía de lá com R$ 20 mil também não deve existir.

2 - Em dezembro de 2002, a Mesa do Senado proibiu o pagamento de auxílio-moradia aos nobres representantes de Brasília e aos nobres parlamentares que tivessem casa própria ou morassem em imóvel público. O pagamento, é claro, continuou a ser feito normalmente. Agora que o escândalo estourou, a Mesa do Senado resolveu enfrentar o problema: restabeleceu o auxílio-moradia para todos e determinou que o pagamento ocorra a partir de dezembro de 2002. E os aproximadamente R$ 11 milhões que foram pagos irregularmente nesse período? Como se determinou que o pagamento agora é regular, fica tudo como está.

3 - Entre as acusações que a oposição pretendia apurar na CPI da Petrobras, está a de que a empresa repassa dinheiro para ONGs na Bahia (uma delas tem na presidência um dirigente petista) que se encarregam de distribuí-lo para festas de São João. O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, disse o seguinte: "Poderia também revelar aqui o que nós estamos gastando, por exemplo, em publicidade com jornais e com as televisões. Isso é muito mais do que repassamos às entidades". O mais curioso é que a imprensa nacional não reagiu. Ninguém quer saber quanto a Petrobras gasta em anúncios, com quem e com que critério.

AVALIANDO OS CUSTOS
Seria ótimo se a Petrobras divulgasse detalhes dos gastos da empresa com a imprensa. Há maneiras objetivas de avaliar a aplicação de verbas: por exemplo, em caso de publicações impressas, custo por número de leitores, distribuídos pelos diversos tipos de renda; em caso de TV e rádio, custo dividido pela audiência nas várias praças, distribuída pelos diversos níveis de renda. O problema é que a própria Petrobras, que ameaça divulgar suas verbas de publicidade, não quer fazê-lo: isso seria revelar quem só existe se mamar no Governo.

O NÚMERO CERTINHO
A Petrobras gasta R$ 1,4 milhão por ano para patrocinar festas juninas.

AMIGOS DESDE SEMPRE
Não é bonitinho ver Fernando Collor de Mello na CPI da Petrobras, e como membro da bancada governista? Dizem que ele é Lula desde criancinha.

SUICÍDIOS E ASSASSÍNIOS
A história do moço que, duas horas após ser preso, se enforcou com o cadarço do sapato, é inacreditável. O pessoal que mata presos não serve nem para mentir. O governador José Serra tem de descobrir - e contar - o que houve. E punir.

O MISTÉRIO...
Quando a rede internacional de hotéis Hilton se instalou em São Paulo, o prédio que lhe foi alugado foi construído com a venda de cotas de participação. Muitos anos depois, o Hilton deixou o prédio, no centro da cidade; e quem o alugou, por R$ 600 mil mensais, foi o Tribunal de Justiça do Estado, para ali instalar os gabinetes dos desembargadores. O prédio foi integralmente reformado e entregue em outubro de 2007; até hoje continua desocupado, sabe-se lá por que. De vez em quando há rumores de que será utilizado, mas nenhum se confirmou.

...DO HOTEL FECHADO
Recentemente, um dono de cotas do prédio recebeu carta do condomínio informando que teria de pagar R$ 500 como parcela da reforma, sob pena de perder sua parte. Estranhou: do aluguel recebido jamais lhe entregaram dinheiro algum. E não havia sido consultado para a realização da reforma. Surge então uma pista sobre o motivo pelo qual o prédio continua desocupado: haverá algum obstáculo desse tipo, legal ou moral, à utilização do prédio pela Justiça?

O ESCÂNDALO QUE VEM POR AÍ
No Brasil, escândalo acaba rápido: vem outro maior e faz com que se esqueça o antigo. Dizem que o auxílio-moradia será sepultado pelo futuro escândalo do auxílio-paletó - verba que Suas Excelências recebem para que possam vestir-se adequadamente. Uma história é até engraçada: a empregada de um parlamentar, ao passar a roupa, queimou uma camisa. Foi dificílimo convencê-lo de que não ficaria bem cobrar o prejuízo do Congresso.

O TRUQUE DO TERCEIRÃO
Legalmente só há um jeito de forçar a aprovação da emenda constitucional que permita nova candidatura do presidente Lula: a pressão das ruas, com a mobilização dos chamados "movimentos sociais" que o governo cultiva generosamente há tempos. Juntando MST, aquele outro movimento que depredou o Congresso, sindicatos, centrais e organizações estudantis, talvez seja possível criar a pressão do tipo "a voz do povo é Lula de novo".




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