Pequenas atitudes podem causar grandes transformações. É por isso que a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, entidade da qual sou presidente e que representa 138 mil lojas do varejo, investe na disseminação de projetos de boas práticas públicas, que podem, a curto prazo, transformar sua comunidade e, a longo prazo, contribuir para a criação de um novo Brasil, muito mais justo e repleto de oportunidades.

Acredito que já tenha abordado a questão das boas práticas públicas nesta coluna. São diversos projetos disponíveis on-line (você pode encontrá-los no site da Anamaco: www.anamaco.com.br), que têm como principal objetivo instruir nossa cadeia, em especial os pequenos varejistas, sobre como se articular e promover ações de cidadania que possam movimentar as economias locais gerando renda, empregos, lucro e deixando as cidades muito mais bonitas.

Transforme sua cidade - Um exemplo disso foi um projeto desenvolvido na cidade catarinense de Itajaí, localizada no Litoral Norte do Estado. Ali, há alguns anos, a prefeitura decidiu incentivar os moradores para cuidarem de suas casas, concedendo descontos de IPTU àqueles que pintassem suas fachadas ou reformassem suas calçadas.

O resultado foi incrível e a cidade até mudou de cara. O sucesso foi tão grande que a iniciativa virou projeto de lei.

Para as reformas, foi necessária a compra de materiais de construção, o que movimentou o mercado de maneira significativa.

Além disso, fez-se necessária a contratação de mão de obra para essas reformas, o que gerou renda, a cidade ficou muito mais bonita para atrair novos turistas e a prefeitura teve seu trabalho de manutenção facilitado. Com o aumento dos turistas, todo o comércio local acabou beneficiado.

Um outro projeto bacana que também cuida da beleza da cidade, movimenta o mercado de material de construção e mexe com a consciência e educação dos moradores das cidades é o chamado ‘antipichação’.

Esse projeto, que foi inicialmente inserido na cidade de São José dos Campos, tem como foco principal orientar crianças e adolescentes por meio de palestras e seminários. O trabalho também envolve os pais e toda a comunidade. Esse projeto resgata a paisagem urbana para os moradores da cidade.

A ideia é não restringir as ações somente aos danos do patrimônio público mas, sim, ampliá-lo aos estabelecimentos comerciais e casas particulares.

USO RACIONAL DA ÁGUA

Uma iniciativa extraordinária que eu não me canso de incentivar a cadeia a colocá-la em prática é o plano de uso racional da água, com a troca de bacias sanitárias e torneiras obsoletas por bacias econômicas e torneiras com fechamento automático.

O Brasil precisa trocar cerca de 100 milhões de bacias sanitárias. São produtos antigos que gastam 30 litros por descarga e, em média, cinco vezes mais água, do que os encontrados hoje no mercado, que se utilizam de seis litros para fazer a mesma higiene. Estudos realizados mostram que 35% da água de uma residência se esvaem através dos vasos sanitários.

Dois cases importantes realizados em Vinhedo, cidade do interior de São Paulo, podem ser citados como exemplos.

Lá a prefeitura municipal investiu no projeto e trocou as louças e metais sanitários de duas escolas públicas. O resultado surpreendeu a todos, demonstrou que é possível adotar políticas de primeiro mundo e melhorar a utilização de nossos recursos hídricos.

Esse projeto de troca de bacias e torneiras traz discurso ecologicamente correto que contribui com o meio ambiente; gera mais renda, porque material de construção demanda mão de obra, além de movimentar a economia local.

Esses e outros projetos podem fazer toda a diferença para a região onde você mora. Se é empresário da região, pense em como pode fazer para modificar sua cidade. Se é trabalhador, incentive seus líderes a conhecerem esses projetos, leve o assunto para suas associações locais.